SÃO PAULO, 15 de janeiro de 2018
/PRNewswire/ — Em 2 de janeiro entrou em vigor a atualização do Rol
de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), incorporando 18 novos itens, entre exames,
medicamentos e cirurgias. Revisada a cada biênio, a lista de
cobertura mínima dos planos de saúde conta a partir de agora com
novas terapias para o tratamento do câncer, como a afatinibe,
terapia-alvo indicada para pacientes com adenocarcinoma com mutação
do EGFR, tipo que acomete cerca de 20% das pessoas com câncer de
pulmão e que tem sua origem a partir de uma mutação genética.
De acordo com Carlos Barrios, oncologista e diretor do
Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), pessoas com mutações
do EGFR tratadas com a droga apresentam o dobro da probabilidade de
estarem vivos e sem progressão da doença em dois anos, em
comparação ao padrão ouro de quimioterapia
utilizado1.
“A atualização do rol da ANS, com
todas as suas inclusões, é extremamente positiva. É fundamental
possibilitar o acesso aos melhores tratamentos disponíveis para
cada tipo de paciente. A terapia-alvo afatinibe é um bom exemplo
disso, possibilitando maiores chances de controlar a doença e
melhorar os sintomas dos pacientes com câncer de pulmão com mutação
do EGFR”, ressalta Barrios.
O câncer é a segunda maior causa de
morte no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.
O câncer de pulmão é o tipo de tumor que mais mata no Brasil e no
mundo, sendo responsável por 18,2% de todas as mortes por
câncer em todo o planeta1. Só no Brasil, o
Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, para 2016/2017, são
cerca de 28.220 novos casos de câncer de pulmão (17.330 em homens e
10.890 em mulheres)2.
Segundo Carlos
Barrios, a letalidade deste tipo de tumor está relacionada a
fatores como demora no diagnóstico, pois os sintomas são similares
aos de uma gripe que não termina, e a variedade de formatos da
doença, já que são mais de 30 subtipos de câncer de pulmão. Esses
aspectos fazem com que o tumor seja detectado e tratado
tardiamente.
O especialista ressalta a importância
de que as pessoas, ao detectarem sintomas como tosse persistente e
com sangue, dor torácica, febre e perda de peso, por exemplo,
procurem o auxílio médico. “Apesar de o tabagismo ser apontado como
principal causa de sua incidência, há outros fatores causadores,
como mutações genéticas e exposição a outros fatores tóxicos. Por
isso, ao constatar o câncer, recomenda-se que o paciente passe pelo
exame para a identificação do tipo correto da doença. No Brasil,
ainda é pouco disseminada a importância da realização de exames
específicos, como a testagem para mutação do EGFR. Porém, ela é
essencial. O exame correto propicia o tratamento mais adequado para
cada subtipo, melhorando o prognóstico do paciente”, destaca.