Segundo a Confederação Nacional de
Seguros – CNSeg, em 2015, chegaram a ser roubados 57 veículos por
hora no país, com um total de 1.368 por dia. Na estatística da
violência, que só aumenta, estão os roubos e furtos de veículos nas
cidades. Segundo os registros existentes, o crescimento de roubo de
carros na Zona Sul do Rio de Janeiro foi de 45%, somente no
primeiro trimestre de 2017 e em comparação com o mesmo período de
2016. O crescimento em outras zonas da cidade, como a norte e oeste
foi de 18% e 20%, respectivamente.
De cada 100 veículos roubados por dia,
apenas 20% são recuperados. Os criminosos geralmente levam os
carros roubados para o desmanche. A cada 10 carros roubados, 8 têm
seguro, o que influencia enormemente a política de preços das
seguradoras, que sobem o preço dos seguros.
A situação de violência provoca o
efeito de aumento no preço dos seguros, o que dificulta a vida dos
que conseguiram adquirir um automóvel, depois de muito economizar,
enfrentar um financiamento e se endividar para assegurar esse bem
tão necessário. Como sabemos as despesas com o seguro estão entre
as mais pesadas na manutenção do carro. Já em 2015 os preços dos
seguros estavam 15% mais caros, em comparação com 2014, segundo o
representante do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Goiás,
Mato Grosso e DF.
Cada seguradora pratica o reajuste que
considera adequado para sua empresa, levando em conta, entre outros
fatores, a ocorrência de roubos e furtos.
O presidente da FENASEG – Federação
Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização,
Neival Rodrigues Freitas, explica que o aumento no número de roubos
e furtos de carros tem uma consequência relevante no reajuste,
sendo este o motivo principal dos aumentos. Além disso, tem sido
registrado uma elevação do custo dos reparos, que são feitos em
oficinas mecânicas e de funilaria e o aumento no preço das peças de
reposição.
Segundo a Fenaseg, em 2014 foram
roubados 516 mil automóveis no Brasil. Em 2013 o número era de 469
mil, verificando-se um aumento de 10% em 12 meses. Segundo o FBSP –
Fórum Brasileiro de Segurança Pública foram mais de 509 mil
veículos roubados ou furtados em 2015. O número de carros roubados
ou furtados cresce a cada ano, tanto nas capitais brasileiras como
nas cidades do interior, exigindo cada vez mais medidas extras de
segurança por parte de seus proprietários. Essa é uma informação
que destaca a importância de ter o seguro em dia, além de outras
medidas, como o sistema de rastreamento veicular.
Em algumas regiões, a situação é ainda
mais dramática e exige ainda mais cuidados. O estado do Acre é o
que detém o maior índice desse tipo de crime, enquanto que o DF
registrou queda de 27% em sua incidência. Considerando as regiões
do país, em 2015, a região Sudeste é a que detém maior registro de
roubos e furtos, seguida das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste
e Sul, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O
drama atinge principalmente as capitais, mas tem sido cada vez mais
grave no interior também.
– São Paulo – quarto colocada no
ranking de maior número de roubos e furtos, em 2015, registrava uma
média de 711 ocorrências para cada 100.000 veículos. As denúncias
foram em número de 190.000.
– Rio de Janeiro – 775 carros roubados
ou furtados em cada 100.000 veículos. Parte inferior do
formulário
– Goiás – 798 roubos e furtos em cada
100.000 veículos, num total de 28.294 automóveis.
– Distrito Federal – detém a taxa de
684,9 roubos ou furtos a cada 100.000 veículos.
– Em Minas, o crescimento na
ocorrência de roubos e furtos de automóvel aumentou 20%, entre 2013
e 2014, passando de 26.486 para 31.864. Em Belo Horizonte, 11.485
veículos foram roubados em 2014, representando quase um terço do
Estado. O CUSTO DO CRIME VAI MUITO ALÉM DO IMPACTO NOS SEGUROS
O custo do crime no país tem impacto
direto na atividade das seguradoras. As mortes violentas vão além
da vítima direta, mas representam custos, como os do enterro da
vítima, a pauperização de toda a família, que dela dependia, os
custos das pensões que deverão ser pagas pelo governo aos
dependentes e os custos psicológicos dos membros da família
atingida.
Entretanto, os crimes de morte
impactam toda a sociedade, de maneira dramática. Segundo o Atlas da
Violência 2016, elaborado pelo IPEA – Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, e divulgado em março de 2017, o Brasil
registrou 59.627 homicídios em 2014, o que representa um aumento de
21,9% em comparação a 2003 (48.909). O Brasil detém a vergonhosa
posição de líder mundial em número absoluto de homicídios. O país
tem uma média de 29,1 homicídios para cada 100 mil habitantes, o
que é 10% maior do que a média registrada em 2004.
Depois que o país atingiu o patamar de
mais 50 mil assassinatos todos os anos, aos olhos das autoridades e
da mídia parece esta rotina trágica é parte da vida. No entanto,
esses índices representam a escala dos mortos em uma guerra civil.
Mas a população e seus representantes legais passaram a serem menos
sensíveis a esse drama, não atribuindo a ele a devida prioridade, a
não ser quando um seu ente querido é atingido direta ou
indiretamente pela violência.
Os roubos e furtos são também crimes
que têm impacto econômico, começando pelos seguros de veículos. A
quantidade de seguros de automóveis pagos todos os anos, em virtude
de furtos e roubos, chega a um total das indenizações
aproximadamente de 12 bilhões de reais por ano, considerando o
preço médio de um carro popular e a média de 400 mil roubos
anuais.