Apólices para veículos ou residências
dão segurança para quem teve prejuízos As fortes chuvas que caíram
recentemente em todo o estado de Alagoas provocaram transtornos e
estragos para toda a população. Enchentes, quedas de árvores,
deslizamentos de barreiras, ruas alagadas.
Com isso, milhares de casas ficaram
encobertas pelas águas e centenas de carros foram avariados. Nos
últimos 8 dias, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Semarh), choveu cerca de 700 ml, o equivalente a
¼ do esperado para o ano todo.
Consequências dos temporais ou
tempestades, as quedas de árvores, chuvas de granizos, inundações
ou desmoronamento de terra podem afetar tanto casas quanto
veículos. Mas, como ficam as pessoas que tiveram prejuízos por
conta das chuvas? Como recuperar aquilo que foi perdido,
parcialmente ou totalmente? O seguro residencial ou veicular pode
ser uma alternativa mais ‘em conta’ para reaver o bem perdido.
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor-AL),
Edmílson Ribeiro, nos últimos anos foi registrado o aumento da
contratação de seguros que também contemplem desastres naturais.
Segundo ele, o valor do seguro é pago anualmente e é proporcional a
avaliação do imóvel ou automóvel. Para esse tipo, não há
carência.
“Nos últimos dias, temos recebidos
diversos chamados para atender os segurados sobre consequências das
chuvas. Muitos são por cobertura parcial, onde a casa teve uma
pequena avaria, ou o carro/moto o motor parou de funcionar por
conta de ruas alagadas e que, após a avaliação, não cabe considerar
uma perda total”, explicou.
Edmílson informou ainda que a maioria
dos seguros disponíveis no mercado, na categoria básica, já
oferecem cobertura contra desastres naturais, mas alerta que quem
busca contratar um seguro, precisa pesquisar antes, tirar todas as
dúvidas possíveis para, quando precisar, não ter surpresas
desagradáveis.
A advogada Vera Cristina, alerta que,
em casos de enchente, o consumidor deve comunicar o fato à
seguradora imediatamente, munido de documentos que comprovem o dano
causado, como fotos da situação do imóvel.
“As seguradoras só têm a obrigação de
cobrir o que estiver no contrato, por isso é tão importante a
atenção do consumidor na leitura da apólice do seguro. Se o
consumidor considerar que vale a pena pagar à parte pela segurança
da cobertura de alagamentos, ainda assim precisa estar atento ao
valor total do seguro”, afirma. A advogada acrescenta que, para
moradores de áreas de risco, o seguro é fundamental e muitas vezes
vale a pena pagar um pouco mais para ter esse tipo de acidente
coberto. “Porém, por configurar uma área de risco, o seguro acaba
sendo mais caro ou então, para ficar mais barato, a indenização é
muito baixa e, se ocorrer alguma catástrofe, o valor não é
suficiente para cobrir as despesas. É preciso ficar alerta na hora
de contratar”, adiciona.
Casos
Uma farmacêutica, de 28 anos, que
preferiu não se identificar, relatou que, durante as chuvas que
atingiram Maceió nos últimos dias, ela foi surpreendida por um
galho de árvore que caiu sobre o carro, no bairro do Prado. Como já
possui seguro automotivo desde que comprou o veículo, há mais de 2
anos, ela disse que ficou mais tranquila, no entanto, se não
tivesse o seguro, não saberia como reparar os prejuízos. “Estava em
casa quando fui surpreendida pelo barulho da árvore que caiu sobre
o meu carro. O para-brisa traseiro e parte da lataria ficaram
bastante danificados, mas ainda bem que tinha seguro, acionei
imediatamente a seguradora e tudo está sendo resolvido”, contou
aliviada. Já o contador Carlos Eduardo, de 32 anos, não teve a
mesma “sorte”. Seu carro estava estacionado em uma Avenida de
grande movimentação de Maceió, quando, com o temporal, a via ficou
alagada e a água entrou no motor. Ele, que não possui seguro, terá
que custear toda a manutenção no veículo que, segundo ele, está
acima de R$ 1 mil.
“Moro em uma avenida aqui da Jatiúca
e, em um dia desses que choveu muito forte, a pista ficou alagada.
Meu carro é um pouco rebaixado e em poucos minutos o motor já
estava encoberto parcialmente pelas águas. Já levei no mecânico e o
orçamento já deu mais de mil reais”, contou.