Sudeste é responsável pela perda de mais de um milhão de
beneficiários de planos de saúde
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) lançou,
nesta quarta-feira (23), uma nova edição do boletim da Saúde
Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários,
durante o 2º Fórum de Saúde Suplementar, realizado no hotel
Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro. A deterioração no
mercado de trabalho e a queda do rendimento das famílias e empresas
afetaram o desempenho do mercado de Saúde Suplementar,
especialmente em relação à aquisição de planos coletivos
empresariais. Esse tipo de contratação registrou queda 3,2% em 12
meses, passando de 33,2 milhões em setembro de 2015 para 32,1
milhões em setembro de 2016. Segundo as grandes regiões, o Sudeste
foi responsável pela perda de mais de um milhão de beneficiários,
sendo São Paulo responsável diretamente pela extinção de 549 mil
vínculos nos planos de assistência médica, seguido do Rio de
Janeiro, com 319 mil.
Houve uma perda de 1,5 milhão de beneficiários de planos de
assistência médica, com retração de 3,1%, entre setembro de 2015 e
setembro de 2016. Nesse período, foram fechados cerca de 1,6 milhão
de postos de trabalho, com declínio de 4,0%, na mesma base de
comparação, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged).
“Há uma clara relação entre a dinâmica do mercado de trabalho
formal e o desenvolvimento do mercado de Saúde Suplementar. Com a
retração das atividades econômicas, houve queda do número de
beneficiários. Os planos coletivos empresariais são responsáveis
por 66% dos vínculos”, analisa Solange Beatriz Palheiro Mendes,
presidente da FenaSaúde.
Apesar de manter a trajetória de desaceleração em sintonia com a
recessão econômica, o segmento de planos de saúde mostra
resiliência, já que a redução do número de beneficiários foi bem
menor que a queda do emprego e do PIB, nos últimos 12 meses
terminados em setembro de 2016. Enquanto os planos de saúde
registraram queda de 3,1%, o PIB (Produto Interno Bruto) teve uma
retração de 4,6% (dados até junho) e o estoque de empregos, 4%.
“A crise e o desemprego geram redução no orçamento do
consumidor, mas a saúde tende a ser mais resiliente porque a pessoa
abre mão, primeiro, de outros serviços e mantém a assistência
privada, até quando for possível. A crise também pesa para o
empregador, já que o plano de saúde onera e passa ser um benefício
caro”, explica Solange Beatriz.
A publicação traz, ainda, dados do mercado por faixa etária de
beneficiários, regiões demográficas, estrutura do mercado de Saúde
Suplementar e indicadores operacionais das empresas do setor, além
de informações especificadas das associadas à FenaSaúde.