Participantes de planos de
saúde de autogestão, ou seja, administrados diretamente por
empresas, fundações e caixas de assistência, terão de se
preparar financeiramente. O aumento contínuo dos custos acima da
inflação e a consequente redução do patrimônio das instituições
reforçam a possível de elevação das mensalidades para que o
atendimento aos associados possa se manter, segundo o
Correio Braziliense.
Na Geap, principal operadora dos
servidores públicos federais, foi exatamente o que aconteceu. A
organização reajustou as contribuições em 37,55% no ano passado,
após uma alta de 14,62% em 2014.
Planos de autogestão podem ser
subsidiados pelas empresas patrocinadoras, como Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras, por exemplo, ou
por rateio entre os participantes. No momento, todos eles têm como
uma das maiores preocupações a elevação dos custos de
procedimentos médicos, por conta do uso de tecnologias mais
complexas e da alta do dólar e da energia elétrica.
Desde 2007 que a
situação vem se agravando, porém, em 2015, pela
primeira vez nos últimos cinco anos, os resultados financeiros do
setor despencaram. As receitas de contribuições caíram para R$
12,25 bilhões, ante R$ 14,81 bilhões em 2104. Enquanto isso, as
despesas assistenciais baixaram de R$ 13,74 bilhões para R$ 11,75
bilhões, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), órgão regulador do setor. Se a atual conjuntura se manter,
com aumento no desemprego, juros elevados e alta do custo de
vida, os 5,4 milhões beneficiários dessa modalidade no país serão
chamados a pagar parte da conta.
A tendência é de paulatina redução do
patrimônio das entidades, com o consequente aumento nos valores das
mensalidades, e de redução na oferta de procedimentos médicos, como
avalia Luiz Carlos Cotta, diretor da Comissão Técnica Nacional
de Planos de Autogestão em Saúde, da Associação Brasileira das
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).