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Cobertura para riscos cibernéticos é incomum

Fonte: Valor Econômico via Sindseg SP Data: 26 fevereiro 2015 Nenhum comentário

Apesar da grande oportunidade de vender seguro para clientes em risco, o mercado segurador mundial ainda precisa aprimorar o produto

O ataque de hackers é o risco mais temido por governos e empresas mundiais, segundo diversas pesquisas divulgadas nos últimos meses. O medo de ter sistemas invadidos e informações roubadas seguem como o grande risco até 2020. Só a partir de 2025, as mudanças climáticas e as catástrofes passam a liderar o ranking de preocupações dos gestores.

Apesar da grande oportunidade de vender seguro para clientes em risco, o mercado segurador mundial ainda precisa aprimorar o produto. Órgãos reguladores têm se reunido com frequência com as seguradoras, principalmente estabelecidas no Lloyd’s of London, para discutir qual o modelo mais apropriado de seguro, aliando benefícios aos clientes sem colocar em risco o patrimônio dos acionistas com pagamento de indenizações elevadas.

De acordo com dados do Center for Strategic and International Studies (CSIS), sediado em Washington (EUA), mais de 3 mil empresas sofreram ataques cibernéticos em 2013, causando perdas globais acima de US$ 400 bilhões ao ano. Os Estados Unidos são o maior mercado das seguradoras, que receberam em 2013 (os dados de 2014 ainda não foram divulgados) cerca de US$ 2,5 bilhões para assumir parte das perdas de seus clientes com vazamento de dados. As estatísticas informais das maiores corretoras do mundo, como Willis, Marsh e Aon, indicam que de cada quatro empresas nos EUA, apenas uma tem esse seguro.

Até agora, pouco mais de uma dúzia de seguradoras tem apetite para esse tipo de risco em todo o mundo. No Brasil. atualmente apenas o XL Group vende o seguro cyber. A AIG, pioneira no lançamento local, está com a venda do produto de riscos cibernéticos suspensa para adequações exigidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Temos visto movimentação em algumas seguradoras e acreditamos que até o fim do ano outras passem a vender o produto, afirma o presidente da Comissão de Linhas Financeiras da FenSeg, Gustavo Galrão. Entre as mais adiantadas na criação do seguro cyber estão Allianz, Zurich e ACE.

O desafio do produto no mundo está em reduzir a lista de exclusões e aumentar o valor da importância segurada, estimada em US$ 50 milhões para pequenas e médias empresas. No Brasil, segundo Marcelo Pollak, gerente de linhas financeiras da corretora Willis, a procura tende a aumentar com a divulgação do produto e com a entrada de novas seguradoras no segmento. As empresas brasileiras têm uma barreira cultural para comprar o seguro do dia para noite. Aos poucos, com um maior conhecimento sobre os serviços ofertados na apólice, as empresas percebem que o investimento agrega valor na cadeia de itens envolvidos na segurança de dados.

Há dois tipos de seguros. Um deles tem como alvo ofertar cobertura de responsabilidade civil às empresas de tecnologia. O outro é o seguro de riscos cibernéticos para todos os tipos de empresas, inclusive instituições financeiras e governos, dois dos alvos mais visados pelas quadrilhas de hackers. Silvia Gadelha, subscritora sênior de linhas financeiras da XL no Brasil, afirma que o seguro de RC para empresas de TI é algo já maduro no mercado brasileiro. Já o seguro chamado de cyber risk ainda engatinha. Ela não informa quantas apólices a XL já vendeu. Mas considerando-se as vendas realizadas pela AIG e também pela XL, a aposta dos executivos a par do assunto é que não chegue a 100 apólices.

Silvia está confiante de que as vendas vão aumentar com a maior divulgação de que o produto traz benefícios tanto na segurança dos dados como na indenização de perdas, caso hackers consigam furar os bloqueios criados pela equipe interna de TI.

No Brasil, o produto da XL oferece cobertura de responsabilidade cibernética para funcionários e terceirizados, incluindo indenizações para perdas financeiras e danos morais, como estabelecido pelo marco civil da internet, associados a queixas apresentadas por clientes, reguladores ou representantes, incluindo o Ministério Público, como resultado de uma violação de dados.

 

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