Única
fabricante nacional está em recuperação judicial. Apenas o HC
gastou, entre 2011 e 2012, cerca de R$ 18,6 mi com o
produto
Um
dos produtos mais importantes utilizados pelos hospitais e
laboratórios, as luvas não cirúrgicas estão pressionando os custos
com saúde no Brasil. O vilão é a atual alíquota de importação
(35%), segundo um estudo recém-concluído pelo Grupo de Economia da
Infraestrutura e Soluções Ambientais, da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), coordenado pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de
Desenvolvimento Econômico (Cade), o economista Gesner
Oliveira.
A
alíquota das luvas foi elevada de 16% para 35% em fevereiro de 2011
como forma de proteção da indústria nacional. Três anos depois, a
única fabricante brasileira, a Lemgruber, com sede em Paraíba do
Sul (RJ), está em recuperação judicial, sem condições de abastecer
o mercado interno.
A
tarifa encareceu o custo das luvas importadas em cerca de 20%,
conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Luvas para
Saúde (Abils). Apenas o Hospital das Clínicas de São Paulo gastou,
entre 2011 e 2012, cerca de R$ 18,6 milhões com o produto. Somente
no ano passado o custo chegou a R$ 19,4 milhões.
Gesner Oliveira explica que a elevação da
alíquota de importação coincidiu com período de alta do preço das
luvas não cirúrgicas no mercado internacional, após a pandemia da
gripe H1N1. O estudo completo será apresentado no próximo dia 31,
em seminário na FGV.