No Brasil, câncer de próstata é o
segundo mais comum entre os homens, atrás do câncer de pele
Para alertar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce
do câncer de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em
parceria com Instituto Lado a Lado pela Vida, vão iluminar pontos
turísticos em várias cidades e distribuir panfletos explicativos no
movimento chamado Novembro Azul. O tema da campanha - Um Toque, um
Drible - pretende conscientizar os homens sobre a necessidade de se
submeter a exames preventivos.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) informam que no ano
passado foram identificados mais de 60 mil novos casos da doença. O
instituto considera câncer de próstata uma doença da terceira
idade, porque cerca de três quartos dos casos no mundo surgem a
partir dos 65 anos. De acordo com Eduardo Ribeiro, uro-oncologista
do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, os homens estão mais
conscientes, “não tanto quanto as mulheres, que vão ao
ginecologista desde adolescentes, mas a gente não vê mais tanta
resistência”, contou Ribeiro.
A próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da
bexiga e à frente do reto. O câncer pode ser descoberto
inicialmente no exame clínico, um toque retal, exame que enfrenta a
resistência de muitos homens, combinado com o resultado de um exame
no sangue. Se detectado o tumor, só a biópsia é capaz de confirmar
a presença de um câncer. Segundo a SBU, quando descoberto no
início, 90% dos casos de câncer de próstata são curáveis. De acordo
com Ribeiro, pessoas que têm casos de câncer de próstata na
família, obesas, e negras têm mais risco de desenvolver a
doença.
Segundo o Inca, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais
comum entre os homens, atrás do câncer de pele. Em valores
absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente
em homens, representando 10% do total de cânceres. A taxa de
incidência do câncer de próstata é seis vezes maior nos países
desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Na fase inicial, o câncer da próstata não costuma apresentar
sintomas. Quando surgem são parecidos com os do crescimento benigno
da próstata: dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais
vezes durante o dia ou a noite. Na fase avançada, a doença pode
provocar dor nos ossos, problemas para urinar e, quando mais grave,
infecção generalizada ou insuficiência renal.
O tratamento vai depender do estágio da doença, e pode ser feito
com cirurgia, radioterapia, tratamento hormonal e algumas vezes
apenas observação médica.
As ações do Novembro Azul preveem, além de uma iluminação azul em
pontos turísticos, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o
Congresso Nacional, em Brasília, a distribuição de panfletos em
estádios de futebol durante o campeonato brasileiro. A SBU vai
entregar uma lista de sugestões aos parlamentares, entre elas a
criação de centros de Referência em Saúde do Homem, para melhorar
seu acesso ao SUS, assim como acontece com as mulheres.