A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o tratamento
contra a tuberculose já salvou a vida de mais de 22 milhões de
pessoas no mundo inteiro. Mas segundo a agência, 3 milhões ainda
vivem sem nenhum acesso aos medicamentos.
Os dados constam do Relatório Global sobre a Tuberculose 2013 da
OMS, divulgado nesta quarta-feira (23). Segundo o documento, o
número de doentes caiu para 8,6 milhões no ano passado.
De acordo com a OMS, o mundo está no caminho para alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015. O número de
mortes baixou para 1,3 milhão, uma queda de 45% entre 1990 e 2012.
O objetivo é reverter pela metade a taxa de mortalidade da doença
até dezembro de 2015.
A agência da ONU indica que a comunidade internacional conquistou
avanços importantes na luta contra a tuberculose até agora. As
áreas com melhores resultados foram as Américas e a região
ocidental do Pacífico.
Brasil e Moçambique
Em todo o mundo, 22 países concentram cerca de 80% dos casos de
tuberculose. Das nações de língua portuguesa, fazem parte desta
lista Brasil e Moçambique. No Brasil, por exemplo, somente em 2012,
foram registrados mais de 71 mil casos de tuberculose. Já em
Moçambique, acima de 46 mil.
Uma das maiores preocupações da OMS é com a forma resistente e
ultrarresistente a medicamentos. Para a agência, em muitos casos, a
resposta dos países a este desafio é inadequada.
O relatório calcula que aproximadamente 450 mil pacientes têm o
tipo de tuberculose resistente. A maioria está na China, na Índia e
na Rússia.
Outro desafio, segundo a OMS, é em relação aos casos chamados de
co-epidemia, que são as pessoas que sofrem de tuberculose e têm o
HIV. Menos de 60% recebem os remédios necessários.
Prioridades
Para a OMS, uma das formas de atingir o objetivo de tratar a doença
até 2015 é atendendo aos 3 milhões de doentes sem acesso aos
medicamentos que não recebem tratamento. É importante também
cuidar das pessoas que sofrem do tipo da tuberculose resistente aos
antibióticos.
A agência sugere ainda a ampliação do tratamento para soropositivos
que tenham tuberculose, nesse caso considerada uma doença
oportunista. Os países precisam também aumentar o financiamento
doméstico e internacional, além de acelerar pesquisas científicas
sobre o tema.
O relatório da OMS reúne dados de 178 dos 197 Estados-membros da
organização.