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Localiza sofre ataque cibernético e caso chama atenção para o seguro

Fonte: CQCS Data: 18 janeiro 2022 Nenhum comentário

O ano mal começou e grandes empresas já tiveram que enfrentar os ataques cibernéticos. O caso mais uma vez chama atenção para a importância da proteção securitária. No início da segunda semana de janeiro, na terça, dia 11, a Localiza, empresa de locação de veículos sofreu um ataque. Por ser listada na bolsa de valores, a empresa enviou um comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informando que sofreu uma interrupção parcial no funcionamento de alguns de seus sistemas na madrugada daquele dia. As informações são do Investing.com

Sem fornecer detalhes, a Localiza informou que o funcionamento dos sistemas foi restabelecido e que não havia nenhuma evidência de acesso a bases de dados, bem como extração ou vazamento de dados pessoais.

A corretora Carolina Novaes, especialista em Seguro Cyber e sócia proprietária da NG Expertise, diz que essa é a realidade atual e a tendência é que os ataques cibernéticos se tornem cada vez mais comuns. “Independente do quanto a empresa se proteja, ainda assim pode acontecer”, afirma.  Ela ainda chama atenção para as pequenas e médias empresas que geralmente investem menos nesse tipo de proteção e ficam ainda mais expostas aos prejuízos financeiros que esse tipo de ataque pode causar.

Em entrevista ao CQCS, Carolina diz que o mercado de seguros Cyber tem crescido a grandes proporções nos últimos anos e destaca que o crescimento não é apenas fruto dos ataques cibernéticos. “É também motivado pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) que foi um marco importante, mas com certeza traz mais um risco/exposição às empresas”, analisa.

Por isso, ela destaca que o seguro cibernético protege empresas de todos os tamanhos. “Na minha opinião este tipo de cobertura é ainda mais importante para as pequenas e médias empresas, que não necessariamente teriam verba o suficiente para lidar com essa situação. Já temos hoje em dia seguradoras no mercado que são bem focadas no PME. Aliás, já existe seguro cyber até mesmo para a pessoa física”, afirma.

O  consultor Sérgio Ricardo concorda com Carolina e alerta também que os ataques cibernéticos atingem tanto empresas quanto pessoas físicas, estejam elas na esfera pública ou privada. Sérgio Ricardo diz que os ataques cibernéticos podem provocar uma série de problemas afetando inclusive a operação da própria empresa; o vazamento de dados sensíveis (dos clientes, de fornecedores e dos próprios processos internos). “O desdobramento de tudo isso pode gerar prejuízos a terceiros”. 

Por isso, ele considera que o Seguro Cibernético ou as coberturas de Seguro Cibernético dentro de seguros mais amplos são seguros de Responsabilidade Civil e, dessa forma, sempre há necessidade de configurar o nexo causal e o que deu errado para que o ataque tivesse sucesso. “No processo de subscrição de riscos é necessário compreender o nível de  gestão dos riscos de TI e a segurança que as empresas têm embarcadas nos seus processos”, acrescenta.

No ano passado, diversas companhias abertas sofreram ataques cibernéticos, como o grupo de medicina diagnóstica Fleury (SA:FLRY3), a operadora de pacotes de viagens CVC (SA:CVCB3) e a seguradora Porto Seguro (SA:PSSA3). Em outubro, a Atento teve seu data center atingido por um ataque hacker, que prejudicou operações de grandes empresas como a Azul (SA:AZUL4), Vivo, Cielo (SA:CIEL3) e Itaú Unibanco.

Carolina diz que a Localiza, apesar de ter conseguido reestabelecer os sistemas e não ter sofrido com vazamento de dados, ainda assim, caso tivessem uma apólice, “contariam com coberturas para contratação de especialistas de T.I, despesas de publicidade, notificação e monitoramento, lucros cessantes (geralmente com franquia de alguns dias), multas e penalidades e para reclamações de terceiros (em caso de vazamento de dados)”, explica.

Dependendo do tempo de retomada das operações, um incidente cibernético tem potencial de afetar o resultado financeiro de uma companhia, como ocorreu com a CVC no terceiro trimestre do ano passado. A companhia passou metade de um mês sem a totalidade de seus sistemas, um tempo de perda de receita que se refletiu em seu balanço.

 

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