De acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), 70% dos carros no Brasil não possuem seguro. Esse número pode chegar a 80%. O seguro do automóvel é visto, atualmente, como tão importante quanto realizar a reposição automotiva de alguma peça essencial, como a bateria de carro, já que, na sua ausência, os condutores não possuem nenhum tipo de cobertura em casos de roubos, acidentes, falha mecânica e outros imprevistos que podem ocorrer ao veículo e até mesmo ao condutor, em casos de despesas hospitalares.
O grande número de condutores sem o apoio de uma seguradora cria um mercado consumidor para as companhias de seguro especializadas no ramo, fazendo com que empreendedores sejam atraídos para investir no setor.
Cartela de clientes
Hoje, são quase 31 milhões de veículos sem seguro em território nacional, contra 17,1 milhões de segurados (o número é referente ao ano de 2017). Ainda de acordo com a pesquisa, 80% dos consumidores fazem a renovação do contrato de serviço com o corretor que já fez o atendimento anteriormente, fazendo com que essas seguradoras montem uma cartela de cliente.
Esse fenômeno contribui para que a corretora tenha uma receita recorrente, já que, além de tudo, o seguro é um tipo de serviço que necessita de renovação. De acordo com dados da CNseg, o setor de seguros encerrou o ano de 2019 com uma arrecadação de R$ 490 milhões, ou seja, um elevado faturamento ao ano.
Bom desempenho em 2021
A CNseg inaugurou a 42ª edição da Conjuntura CNseg em 2021, na qual analisa a performance dos seguros no começo do ano. Entre os principais pontos ressaltados na edição, foram destacados o agravamento da pandemia da Covid-19 e a vacinação como fatores que alargam as incertezas de ordens sanitárias, fiscais e políticas.
Apesar das circunstâncias, o setor de seguros conseguiu um bom comportamento nos primeiros dois meses de 2020, apresentando um crescimento de 5,5% na comparação dos meses de fevereiro de 2020 e 2021, circulando mais de R$ 22 bilhões em prêmios e contribuições previdenciárias e capitalização (tirando DPVAT e Saúde).
Seguros de bens e danos proporcionados a terceiros foram os protagonistas no mês de fevereiro, avançando 14,9% em comparação a 2020, calculando R$ 6,3 bilhões em prêmios. Os seguros auto, por sua vez, também conseguiram um bom desempenho, com um crescimento de 7,4% desde fevereiro do último ano, calculando R$ 2,7 bilhões em prêmios diretos após a queda de janeiro.
De acordo com a conjuntura, a atenção ao vazamento de dados e as sanções da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) influenciaram para que a demanda por seguros contra riscos cibernéticos batesse recorde no mês de fevereiro, avançando 242,5% se comparado ao ano anterior, calculando R$ 8,2 milhões em prêmios.