O Dia informa
que o Ministério Público Federal enviou uma recomendação para que o
Ministério da Saúde apresente informações sobre a taxa de ocupação
de leitos e quantidade de respiradores na rede privada. Isso
porque, com base nesses dados, o ministério deverá regulamentar a
requisição de leitos particulares pelos gestores públicos, com a
definição de critérios para avaliar a necessidade dos pedidos, bem
como as regras de custeio e de acesso às vagas.
Segundo Associação Nacional de
Hospitais Privados (Anahp), que representa parte dos hospitais
particulares do Rio, como o Barra D’Or e o Hospital São Vicente de
Paulo, a taxa de ocupação na rede particular chegou a 90% na semana
passada, dados da última atualização.
Segundo o MPF, a requisição de bens
e serviços da saúde privada, em uma situação de pandemia como a
atual, está prevista na Constituição e nas Leis 8.080/90 e
13.979/20, além de ter sido recomendada pelo Conselho Nacional de
Saúde.
O MPF lembra que, segundo a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Ministério da Saúde, 75,75%
dos brasileiros não têm acesso a plano de saúde, enquanto metade
dos leitos de UTIs do país pertencem a estabelecimentos
particulares (cerca de 15 mil). A ANS afirmou que ainda aguarda
informações das operadoras de planos de saúde.
A recomendação é que, no prazo de 5
dias, o Ministério da Saúde altere a portaria nº 758 para que o
registro de internações de casos suspeitos e confirmados de
covid-19 passe a ser obrigatório nos estabelecimentos públicos e
privados, independentemente da ligação com o SUS.
Segundo o painel do Ministério da
Saúde, o número de leitos de UTI para adultos que não são do SUS,
no Estado do Rio, é de 2.761 vagas, número obtido até o dia 6 deste
mês.
Em reportagem da revista Exame, o
Conselho Nacional de Justiça recomenda que UTIs privadas sejam
usadas contra a covid-19 para desafogar os sistemas públicos de
Saúde. O CNJ aconselha que seja criado um gabinete específico de
crise, formado por órgãos de controle da Administração Pública,
para que a regulação dos leitos fique centralizada nos estados, e
não apenas nos municípios.