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Banco indica 25 operadoras de saúde como alvo de compra

Fonte: Blog do Corretor Data: 22 janeiro 2020 Nenhum comentário

Levantamento do BofA mostra que setor só deve voltar a ter 50 milhões de usuários de convênio médico em 2023

Por Beth Koike | Valor

Num cenário de consolidação, 25 operadoras de planos de saúde - a grande maioria com rede própria - são potenciais alvos de aquisição, de acordo com levantamento elaborado pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA). As operadoras verticalizadas Hapvida e NotreDame Intermédica vêm puxando o processo de aquisições e tendem a se interessar por esses ativos.

Entre as empresas cobiçadas no setor (veja tabela abaixo) há as operadoras cariocas Assim e Golden Cross, cujas carteiras possuem, respectivamente, 588 mil e 200 mil usuários, e a paulistana Prevent Senior que, graças ao seu programa de gestão de saúde, consegue fechar no azul mesmo atendendo o público da terceira idade. Na lista do BofA aparecem ainda grupos de saúde que estão sendo formados por gestoras de private equity como o Pátria, que tem uma holding de saúde batizada de Athena, e a Kinea, que adquiriu o Centro Clínico Gaúcho em 2019.

Os ativos citados não estão necessariamente à venda. Na verdade, são operadoras que tendem a atrair a atenção dos consolidadores, em especial as verticalizadas Hapvida e Intermédica que estão capitalizadas. As duas companhias já levantaram R$ 20 bilhões no mercado desde 2018.

Os ativos cobiçados pelo setor ficam em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Manaus, no Espírito Santo e Piauí. Juntas, as 25 operadoras têm cerca de 3,8 milhões de usuários.

 

“A maioria dos potenciais alvos com até 50 mil usuários está em regiões onde Hapvida e NotreDame Intermédica estão presentes. Atualmente, a única sobreposição significativa é em Joinville (SC). Mas, no futuro, pode haver uma preocupação com a concorrência entre as duas empresas”, destaca relatório do BofA, assinado pelos analistas Bruno Giardino e Pedro Mariani. Na cidade catarinense, a Hapvida montou uma operação própria e a Intermédica adquiriu a Clinipam, com presença em Joinville.

Entre 2014 e 2018, as operadoras de planos de saúde que podem ter rede própria (conhecidas como medicinas de grupo) viram sua participação de mercado aumentar de 34,9% para 38,6%. “Desse percentual, NotreDame Intermédica e Hapvida representam 70%. Por outro lado, as seguradoras de saúde e as cooperativas médicas perderam 190 pontos-base e 150 pontos-base, respectivamente, no mesmo período”, informam Giardino e Mariani.

As duas companhias conseguiram crescer conquistando participação dos concorrentes e por meio de aquisições. Com a crise econômica, o setor de planos de saúde encolheu de forma drástica. Em 2014, havia 50 milhões de usuários e hoje são 47 milhões, ou seja, 3 milhões de pessoas perderam o convênio médico no período. Os analistas do BofA estimam que o setor só voltará a ter 50 milhões de pessoas com convênio em 2023.

“Quase 53% dos funcionários brasileiros estão em contratos formais, uma taxa mais alta do que na maioria dos pares de mercados emergentes. Nesse ponto, achamos difícil assumir níveis mais altos de formalização, a menos que o crescimento do PIB do país se recupere mais rápido do que nossas expectativas”, afirmam Giardino e Mariani. Segundo os analistas, a recuperação do setor de planos de saúde é mais lenta do que o aumento da taxa de emprego, que deve voltar a crescer até 2021.

Cerca de 65% dos planos de saúde são vinculados a empresas que concedem o benefício aos funcionários. Com o desemprego, muitas pessoas não conseguiram contratar o benefício em outras modalidades (individual e por adesão) devido à falta de oferta no mercado ou por causa do elevado custo, cujos reajustes chegam a ser quatro vezes superior à inflação.

Cerca de 65% dos planos de saúde são vinculados a empresas que concedem o benefício aos funcionários. Com o desemprego, muitas pessoas não conseguiram contratar o benefício em outras modalidades (individual e por adesão) devido à falta de oferta no mercado ou por causa do elevado custo, cujos reajustes chegam a ser quatro vezes superior à inflação.

 

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