No país, a qualidade oferecida por mais de 200 planos de planos
de saúde foi reprovada na avaliação de desempenho aplicada pela
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que tem por objetivo
medir a qualidade no setor. Estas operadoras prestam atendimento a
4,7 milhões de usuários. Outros 16,1 milhões de brasileiros
engrossam um percentual preocupante: 45% dos beneficiários de
convênios médicos estão ligados a operadoras avaliadas com notas
entre ruins e medianas.
O Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) termômetro do
setor, divide os convênios em cinco faixas, da pior até a melhor,
em uma escala de 0 a 1. Entre a primeira e a terceira faixa – que
reúne da nota zero até a avaliação média , 0,59 – estão 67% das
empresas, apenas 33% conseguiram se situar nas duas primeiras
colocações. “É preocupante que operadoras de saúde tão mal
avaliadas continuem no mercado e que um percentual tão grande de
usuários esteja nas piores faixas do índice. A agência (ANS) deve
estar atenta para que a situação não se degrade ao ponto de a
carteira se tornar insustentável e ter venda obrigatória”,
alerta a supervisora da Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa
do Consumidor, Polyanna Carlos da Silva. Segundo ela, os
consumidores, por sua vez, devem verificar a nota da operadora no
site da ANS (www.ans.gov.br), antes de contratar um plano de
saúde.
A principal finalidade do IDSS é tornar público os graus de
qualidade oferecidos pelas operadoras de planos de saúde, para que
beneficiários e consumidores tenham informações que auxiliem sua
escolha por um plano médico privado. Para a ANS, a boa notícia é
que o índice implementado em 2004 mostra evolução.
Nos últimos três anos, o percentual de operadoras
médico-hospitalares nas duas faixas de melhor avaliação pulou de
11%, em 2007, para 32%, em 2010. E nas operadoras exclusivamente
odontológicas, o percentual de empresas nas maiores faixas de IDSS
passou de 13%, em 2007, para 29%, em 2010. No mesmo período, o
percentual de beneficiários de operadoras médico-hospitalares nas
duas faixas de melhor avaliação passou de 19%, em 2007, para 55%.
“O índice evidencia uma evolução positiva na qualidade das
operadoras que, sem dúvida, se reflete na expectativa de melhoria
na oferta de serviços ao beneficiário”, ressaltou a agência em
nota. Para a Pro Teste, apesar dos avanços, o IDSS ascende o sinal
amarelo para o setor: “A agência deve utilizá-lo para trazer
melhorias”, aponta Polyanna Silva.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que
congrega 15 grupos de operadoras de planos de saúde, de um total de
1.410 operadoras, não informa o percentual de empresas aprovadas
pelo IDSS, mas ressalta que é expressivo o número de afiliadas da
federação que recebeu avaliação positiva no índice da ANS – com as
notas mais altas (0,80 a 1,00 e 0,60 a 0,79). “O índice da ANS
é positivo, mas existem outros indicadores de satisfação e
qualidade dos planos de saúde”, ressaltou a entidade.
O IDSS é composto por quatro variáveis, com diferentes pesos: 50%
refere-se ao desempenho da atenção à saúde; 30% vai para o
desempenho econômico-financeiro; 10% é o peso da estrutura e
operação dos convênios e outros 10% ficam com a satisfação dos
beneficiários.