Manaus é a capital com mais obesos no País, segundo
revelaram os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A
prévia da pesquisa foi divulgada na última segunda-feira, pelo
Ministério da Saúde, e a capital amazonense, segundo o
levantamento, está quase cinco pontos percentuais à frente da média
nacional de pessoas obesas. Outros 42% dos manauaras estão na
classificação ‘acima do peso’, deixando a capital em terceiro lugar
no ranking de sobrepeso da Vigitel.
Na lista do Ministério da Saúde, Manaus aparece como a capital
com o maior índice de obesos (23,8%), seguida por Macapá (23,6%),
Campo Grande (23,4%), Cuiabá (22,7%), Porto Velho (22,4%) e Recife
(21%). A média geral de obesidade entre brasileiros ficou em
18,9%.
O índice de obesidade é maior entre as capitais das regiões
Norte e Centro-Oeste, de acordo com a Vigitel.
Em janeiro, com 22,3%, Manaus já apresentava o índice mais
elevado do Brasil de obesidade entre usuários de planos de saúde
entre as capitais, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). Os dados fazem parte também da Vigitel, segundo o órgão. A
pesquisa atual mostrou que a taxa aumentou, na capital, 1,5 ponto
percentual.
O Índice de Massa Corpórea é um dos parâmetros utilizados pela
Organização Mundial da Saúde para identificar se uma pessoa está em
um peso correspondente a sua altura. O valor é calculado dividindo
o peso da pessoa pela sua altura ao quadrado. Quando atinge ao
menos 30 pontos de IMC, uma pessoa é considerada obesa, o que é o
caso de 17,7% dos usuários de planos de saúde.
De janeiro do ano passado, até o primeiro trimestre deste ano,
somente 42, dos 181 obesos que foram encaminhados à Fundação
Hospital Adriano Jorge (FHAJ), conseguiram concluir o procedimento
de redução do estômago. Em cinco anos, 150 pessoas passaram por uma
cirurgia bariátrica, segundo informações da Secretaria de Estado de
Saúde (Susam).
Segundo o MS, crianças com obesidade aos 2 anos têm 75% de
chance de ser obeso na vida adulta, com risco de desenvolver
diabetes, resistência a insulina, hipertensão, dislipidemias,
distúrbios psicológicos, complicações gastrointestinais e doenças
cardiovasculares.
A grande exposição à publicidade de alimentos não saudáveis,
comercialização em escolas, baixo acesso a alimentos saudáveis e
estrutura insuficiente para prática de atividade física são, na
avaliação do MS, motivos que contribuem para a obesidade
infantil.