A equipe da Delegacia de
Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil gaúcha
começou a analisar, na tarde desta terça-feira (27), o
material apreendido mais cedo durante operação contra a chamada
"máfia das próteses", como computadores, celulares, tablets,
documentos e pendrives. Os bens apreendidos, incluindo imóveis e
carros, somam cerca de R$ 22,5 milhões. O objetivo é encontrar
ainda mais provas dos crimes praticados pela
quadrilha.
O inquérito é uma sequência do trabalho realizado em 2014 e
2015, quando foi descoberto esquema de superfaturamento de próteses
pago pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do
Sul(IPE). O prejuízo estimado na época ao IPE foi de cerca de R$
1,7 milhão. Desta vez o foco foi a fraude que lesou planos de saúde
privados.
- Não queremos falar em estimativa de valores ainda, mas é certo
afirmar que essa fraude aos planos de saúde é mais do que o dobro
do prejuízo ao IPE. Isso que ainda faltam os dados de um grande
plano de saúde, que pode superar ainda mais esses valores - destaca
o delegado Filipe Bringhenti, responsável pela investigação.
Conforme o delegado, cerca de 10 planos foram procurados para
saber quanto tinham pago por determinadas próteses solicitadas
pelos investigados no período de 2014 e 2015. Os dados recebidos já
comprovariam o superfaturamento dos materiais, sendo que um dos
maiores ainda não respondeu aos ofícios.
Neste inquérito, quatro pessoas são investigadas. O médico
ortopedista Fernando Sanchis e a esposa dele são apontados como
líderes do esquema. Outro médico recém formado e a esposa dele, que
é irmã do ortopedista, seriam os laranjas.
- Bastante dinheiro foi faturado naquela época e para dar alguma
aparência de legitimidade esse dinheiro foi sendo aplicado em nome
de terceiros, que são esses outros dois investigados. Esses
emprestaram os nomes para que bens fossem adquiridos, quando os
proprietários de fato eram os dois, o casal que faturou dinheiro
com o estelionato.
Segundo o delegado, os crimes de estelionato e lavagem de
dinheiro já estão comprovados. Conforme as investigações, o
dinheiro desviado era lavado em lojas de produtos para bebês e
crianças em Porto Alegre e Canoas. A pedido dos advogados dos
investigados, a oitiva deles, que aconteceria nesta terça-feira,
ocorrerá em outra data. O pedido de prisão dos investigados foi
negado pela justiça.
GaúchaZH ligou cinco vezes para o
advogado dos quatro investigados, Diego Marty, mas não teve
retorno. Mensagem também foi deixada. No escritório, ninguém
atendeu.