O alto índice de roubo de cargas no
Rio começa a refletir no serviço prestado pelas seguradoras.
Algumas empresas já se recusam a realizar entregas no estado,
enquanto outras exigem uma contrapartida para que o risco seja
reduzido. Presidente da Comissão de Transportes da Federação
Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Alexandre Leal destaca
essa dualidade. Uso de rastreadores e divisão da carga em caminhões
menores para fazer a distribuição no Rio são algumas das condições
impostas pelas empresas.
Ele ressalta que as seguradoras exigem
um adicional de aproximadamente 30% do valor da carga para arcar
com possíveis prejuízos. Durante a manifestação dos caminhoneiros
na manhã de ontem, muitos relataram que estão abandonando a
profissão por causa da violência e da falta de segurança nas
estradas do Rio. Já os empresários questionaram os altos preços
cobrados pelas seguradoras para quem faz transporte de cargas para
o Rio e que isso acaba encarecendo os produtos para os
consumidores.
Os governantes precisam agir
A realidade é que o estado está sem
recursos e não tem poder de respostas. Os empresários já esgotaram
suas iniciativas para tentar evitar os roubos. O desabastecimento
será certo continuar assim, diz o coronel da PM, Venâncio Moura,
diretor de segurança do Sindicato de Empresas de Transporte de
Carga (Sindicarga). Somente no ano passado o prejuízo chegou a R$
619 milhões, com 9.862 casos, o terceiro recorde consecutivo em 25
anos, segundo pesquisa divulgada pela Firjan.