A partir da próxima semana, o grupo de
saúde Amil dá um passo inédito em seus 32 anos de história. O
negócio criado pelo médico Edson de Godoy Bueno, com faturamento de
R$ 7,8 bilhões no ano passado e Ebitda (lucros antes de juros,
impostos, depreciação e amortização) de R$ 606 milhões, estreia sua
grade de produtos para a classe D, que será oferecida a um preço
mensal a partir de R$ 50, para pacientes de até 18 anos.
O modelo baseado na copar- ticipação, na qual o usuário paga parte
da consulta médica, do exame e da cirurgia, chega ao mercado após
um ano e meio de testes em um projeto-piloto.
O plano, batizado de Medial, visa atingir 200 mil clientes até o
final do ano, segundo Norberto Birman, vice-presidente e diretor
corporativo da Amil.
Vale lembrar que, em 2009, a Amil comprou o controle da Medial. O
novo plano foi desenhado do zero, portanto não é igual aos produtos
oferecidos pela antiga Medial.
O novo produto dará acesso apenas à rede própria do grupo que,
hoje, conta com 33 hospitais, cerca de 3,5 mil leitos e 65 centros
médicos. Inicialmente, o produto será oferecido em São Paulo, Rio
de Janeiro, Paraná, Brasília e na região Nordeste.
Medial nasce como o plano de saúde mais popular do grupo, que tem
5,3 milhões de clientes distribuídos por um portfólio composto por
One Health (para a classe A), Blue (para a B) e Dix (para a C), e
um diferencial importante de custo.
Seu valor será 25% inferior em relação à oferta mais barata do
grupo na atualidade.
Por trás desta estratégia aparentemente arriscada de oferecer saúde
a preços módicos, Birman diz que há a intenção de ganhar escala e
sinergia com o restante dos negócios da Amil.
"Como a gente tem uma rede verticalizada de hospitais e centros
médicos, eu consigo, dentro da estrutura própria, oferecer o
serviço a um custo-benefício mais acessível", afirma.
Ou seja, a estrutura já está montada. O que a Amil terá que fazer é
investir na divulgação do produto - com o incomum formato de
coparticipação, demandará um trabalho educativo com a
população.
Birman explica que quem usar mais os serviços desembolsará um valor
mensal maior e vice-versa. Para convencer o cliente a contratar o
serviço, uma das armas de Amil é mostrar que, a partir do preço,
será possível economizar de duas a três mensalidades por ano.
Seu público alvo hoje é composto por cerca de 25 milhões de
brasileiros que, na impossibiliade de desembolsar R$ 100 em um
plano de saúde, poderão pagar R$ 75 com o novo Medial.
A entrada no negócio voltado ao público D, explica ele, tem por
objetivo trabalhar em cima do conceito "one stop shop", onde o
cliente corporativo pode contratar diferentes tipos de produtos em
um só lugar.
"Hoje o Grupo Amil não é só uma operadora, mas um sistema
complexo de saúde. A ideia é permitir que as empresas escolham um
plano para o presidente e outro para o funcionário mais simples em
um só lugar", afirma Birman, que também enfatiza que a empresa
tem 1 milhão de usuários cadastrados em seu plano
odontológico.
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