Não é ilegal a cláusula contratual de plano de saúde que prevê a
coparticipação do usuário nas despesas médico-hospitalares em
percentual sobre o custo do tratamento. A decisão é da 3ª Turma
do Superior Tribunal de Justiça. Segundo o relator,
ministro Villas Bôas Cueva, os planos de saúde, instituídos com o
objetivo de melhor gerir os custos da assistência privada à saúde,
podem ser integrais ou coparticipativos.
O relator destacou que o artigo 16 da Lei 9.656/98 permitiu a
inclusão de fatores moderadores, paralelos às mensalidades, no
custeio dos planos de saúde.
Villas Bôas Cueva citou como exemplos a coparticipação, a
franquia e os limites financeiros, que devem estar devidamente
previstos no contrato, de forma clara e legível, desde que também
não acarretem o desvirtuamento da livre escolha do consumidor.
“A adoção da coparticipação do plano de saúde implica diminuição
do risco assumido pela operadora, o que provoca redução do valor da
mensalidade a ser paga pelo usuário, que, por sua vez, caso utilize
determinada cobertura, arcará com valor adicional apenas quanto a
tal evento”, afirmou o relator.
Assim, para o ministro, não há falar em ilegalidade na
contratação de plano de saúde em regime de coparticipação, seja em
percentual sobre o custo do tratamento, seja em montante fixo, até
mesmo porque “percentual de coparticipação do consumidor ou
beneficiário” é expressão da lei.
Entretanto, há vedação da instituição de fator que limite
seriamente o acesso aos serviços de assistência à saúde, a exemplo
de financiamentos quase integrais do procedimento pelo próprio
usuário, a evidenciar comportamento abusivo da
operadora. Com informações da Assessoria de Imprensa do
STJ.