Dois em cada grupo de três brasileiros
são contrários à criação ou ao aumento dos impostos para melhorar
os serviços de saúde, segundo CNI
Pesquisa "Retratos da sociedade brasileira: qualidade dos serviços
públicos e tributação" da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
constatou que dois em cada grupo de três brasileiros são contrários
à criação ou ao aumento dos impostos para melhorar os serviços de
saúde. E mais: 72% da população desaprovam o retorno da
Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Para 81% dos entrevistados, a baixa qualidade dos serviços de saúde
é resultado da má-utilização dos recursos públicos. "A maioria dos
brasileiros acredita que o governo já arrecada muito e não precisa
aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos", diz o
estudo.
A população afirma, ainda, que não há necessidade de aumento de
impostos, quaisquer que sejam. Na avaliação de 82%, a arrecadação
já é suficiente para a melhoria dos serviços públicos. De acordo
com a pesquisa, 81% dos entrevistados pensam que os serviços
oferecidos pelo governo deveriam ser melhores diante do elevado
valor dos tributos. Para 87% das pessoas, a carga tributária é alta
ou muito alta, e 79% acreditam que os impostos estão aumentando nos
últimos anos. Apenas 7% dos entrevistados consideram a carga
tributária adequada.
Satisfação
Além da carga tributária, a pesquisa avalia a satisfação dos
brasileiros com os serviços públicos. Entre 12 itens avaliados pela
pesquisa, apenas quatro tiveram mais de 50% de aprovação. O serviço
com a pior avaliação foi o de postos de saúde e hospitais,
reprovado por 81% dos entrevistados. Em seguida, vem a segurança
pública, que é considerada de baixa ou muito baixa qualidade por
72% da população.
Os mais bem avaliados são fornecimento de energia elétrica,
fornecimento de água, iluminação pública e educação superior. O
fornecimento de energia elétrica teve a aprovação de 75% dos
entrevistados. Também foram avaliados os serviços de atendimento
nas repartições públicas, educação fundamental e ensino médio,
conservação de ruas e avenidas, rodovias e estradas, transporte
urbano e limpeza urbana.
A pesquisa realizada pela CNI em parceria com o IBOPE foi feita
entre 4 e 7 de dezembro de 2010 com 2.002 pessoas em 140
municípios. Segundo comunicado da CNI, a margem de erro é de 2
pontos percentuais e o grau de confiança de 95%.
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