A receita de seguros em Santa
Catarina deverá apresentar crescimento em todos os ramos neste ano.
A previsão é do presidente do Sindicato das Seguradoras Previdência
e Capitalização do Estado de Santa Catarina (Sindseg-SC), Paulo
Lückmann. Pelos seus cálculos, o mercado catarinense terá expansão
entre 6% e 8% neste ano, mantendo a média de expansão dos anos
anteriores.
O perfil da economia do estado,
bastante diversificada e com polos econômicos distribuídos por
várias regiões, a identificação de novos nichos de mercados, além
de clientes conscientes da importância da proteção do seguro, são
alguns dos motivos citados pelo executivo para justificar seu
otimismo, apesar do quadro econômico mais negativo “Como qualquer
outro estado, sempre que a economia desacelera há um impacto
negativo para toda região. No entanto, Santa Catarina continua
superando a média brasileira de crescimento, por ser um estado bem
desenvolvido.
Por isso, acredito que vamos
continuar crescendo bem acima do PIB em todos os ramos”, disse
ele.
Ele afirma que a disputa continuará
bastante acirrada no estado, com cada seguradora buscando ampliar
seu market share. Mas não há, para ele, risco de o mercado optar
por uma guerra tarifária.“Vão continuar a prevalecer os princípios
básicos de cautela em termos de precificação e medidas de redução
de despesas das seguradoras”, declarou ele.
Paulo Lückmann disse que as
seguradoras devem ficar atentas a alguns fatores que podem provocar
desvios nos resultados. A sinistralidade decorrente da violência,
por exemplo, reclama cuidados na subscrição de riscos. Desde 2012,
sucedem-se ataques promovidos pelo crime organizado, gerando
prejuízos elevados em virtude de incêndios, roubo e furtos. Em
2013, ocorreram 121 ataques e, em 2014, foram registrados 105
ataques. “Lamentavelmente, esses índices estão acelerados em todo o
País e, como mostram as estatísticas, Santa Catarina infelizmente
contribui e muito para este avanço. Recentemente, tivemos a onda de
ataques incendiários a ônibus, ao lado de crescimento de furtos e
roubos”, reclamou ele.
A infraestrutura viária,
acrescenta, contribui para potencializar os riscos. Isso porque a
maioria das rodovias que cortam nosso estado está em situação
precária e, em sua maioria, com pistas simples. “Estas rodovias
representam desafios a mais para o tráfego de carretas e caminhões,
já que apenas a BR101 é duplicada parcialmente. Em consequência
disso, elevam-se a frequência e severidade de sinistros,
principalmente no RCF, no qual temos os maiores índices do País”,
acrescentou.
Outra fonte de preocupação são os
eventos climáticos. “A região Sul, frequentemente, sofre com
eventos climáticos, principalmente com granizo e vendavais
localizados. Recentemente, o mercado indenizou valores expressivos,
e cada seguradora está tomando medidas para adequação dos seus
riscos”, declarou ele.
A fraude é outro quesito que
reclama atenção redobrada do mercado para evitá-la. “Como no resto
do País, Santa Catarina convive com tentativas de fraudes, que se
tornam maiores em períodos de retração econômica. As mais comuns
são simulação de acidentes, troca de responsabilidade por
acidentes, troca de condutores quando menores e falsa declaração de
roubo ou furto”, lembrou.