Número de indenizações por mortes de crianças no
trânsito cai 27%
Mas
pagamentos por invalidez sobem 24%; dados são do 1º semestre. Em
média, DPVAT pagou 6 indenizações diárias por morte de
crianças.
Do
G1, em São Paulo
As
indenizações por morte de crianças em acidentes de trânsito no
Brasil recuaram para 1.088 no primeiro semestre deste ano, uma
queda de 27% ante as 1.502 pagas no mesmo período de 2013, informa
a Líder-DPVAT, que administra o seguro obrigatório de veículos no
país.
De
acordo com o diretor-presidente da seguradora, Ricardo Xavier, o
recuo reflete a disseminação do uso da cadeirinha infantil, que se
tornou obrigatório em 2010, e também a redução da velocidade média
nas principais estradas e vias urbanas.
Mesmo
assim, a média de indenizações pagas mortes de crianças até 14 anos
foi de 6 ao dia. Além disso, as indenizações por invalidez
permanente nessa faixa etária subiram 24% em relação ao ano
passado, chegando a 9.268 coberturas nos seis primeiros meses de
2014. “É sempre um dado lamentável perceber a quantidade de
crianças vitimadas pelo trânsito brasileiro”, afirmou
Xavier.
Moto
supera carro
Neste
ano, as motocicletas passaram a ser mais perigosas do que os
carros. Segundo a pesquisa, veículos de duas rodas foram
responsáveis por 48% das indenizações envolvendo crianças no
primeiro semestre, enquanto os carros somaram 44%. Em 2013, a
situação era invertida, com 51% dos acidentes provocados por carros
e 40% pelas motos.
Ainda
conforme o estudo, em 54% dos casos que geraram indenização neste
ano a criança não estava no veículo, mas sim na rua, como
pedestre.
O
Norte e o Nordeste concentram 48,5% das indenizações envolvendo
crianças, mesmo com apenas 21% dos veículos no Brasil.
Estas
são as únicas regiões onde o pagamento por mortes em acidentes com
moto predominou no primeiro semestre deste ano em relação aos
causados por automóveis.
O que
diz a lei
O
Código de Trânsito Brasileiro proíbe o transporte de crianças de
até 7 anos em motocicletas; as que tiverem mais de 7 devem usar
capacete. Nos automóveis, elas devem ir em dispositivos de retenção
(bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação) até os 7 anos e
meio - exceto para veículos de transporte coletivo, escolares e
táxi. No banco dianteiro, somente a partir dos 10 anos. Ainda
assim, se o carro tiver airbag frontal para o passageiro, a
legislação recomenda que o banco seja posicionado em sua última
posição de recuo.
Para
a especialista em trânsito Idaura Lobo Dias, da empresa Perkons, é
preciso investir em políticas públicas e inserir o tema trânsito
nas escolas, mas os pais devem dar o exemplo também. Eles devem
avaliar locais seguros para uso de patins, skates e patinetes, já
que ná há regras específicas na legislação brasileira. Idaura
alerta que garagens, quintais sem cerca, ruas e estacionamentos não
são locais adequados para os menores brincarem.
O que
é DPVAT?
O
seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de
Via Terrestre) cobre casos de morte, invalidez permanente ou
despesas com assistências médica e suplementares (DAMS) por lesões
de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o
país.
O
recolhimento do seguro é anual e obrigatório para todos os
proprietários de veículos. A data de vencimento é junto com a do
IPVA, e o pagamento é requisito para o motorista obter o
licenciamento anual do veículo.
O
pagamento para beneficiários de vítimas fatais é de R$ 13.500. Nos
casos de invalidez permanente, o pagamento pode chegar a R$ 13.500,
de acordo com a gravidade das lesões. Já o reembolso hospitalar e
médico pode chegar a R$ 2.700.
Vítimas e seus herdeiros (no caso de morte) têm
um prazo de três anos após o acidente para dar entrada no seguro.
Informações de como receber o DPVAT podem ser obtidas pelo telefone
0800-022-1204.