O presidente do Banco Mundial,
Jim Yong Kim, que é especialista em doenças infecciosas, disse que
tem acompanhado a disseminação do vírus e está "profundamente
triste" com a forma como o ebola contribuiu para a quebra dos "já
fracos sistemas de saúde nos três países." "Estou muito preocupado
porque muito mais vidas estão em risco, a menos que consigamos
parar a progressão da epidemia”, disse, em comunicado.
O Banco Mundial fez o anúncio aos
líderes africanos e também aos 35 presidentes que estão em
Washington para participar na Cimeira EUA-África.
Uma estimativa inicial do Banco
Mundial e do FMI apurou que a Guiné perderia 1 ponto percentual no
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), passando de 4,5% para
3,5% em um ano devido à epidemia.
O ebola já matou 887 pessoas na
África, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde
divulgado hoje. Segundo o documento já foram notificados 1.603
casos da doença na Guiné, na Libéria, em Serra Leoa e na
Nigéria.
Nigéria
Autoridades anunciaram o segundo
caso de contaminação pelo vírus ebola na Nigéria, que ocorreu na
capital Lagos, a maior cidade da África Ocidental. Trata-se de um
médico local que assistiu o liberiano morto na Nigéria que havia
sido contaminado pelo vírus. “Esse novo caso envolve um dos médicos
que assistiram o liberiano morto com ebola”, disse o ministro
nigeriano da Saúde, Onyebuchi Chukwu.
O doente liberiano infetado com
o vírus chegou a Lagos no dia 20 de julho e morreu cinco dias
depois, no primeiro caso de morte pela doença na Nigéria após a
epidemia que afeta três países da África Ocidental - Libéria, Serra
Leoa e Guiné-Conacri.
O ministro nigeriano disse que
70 pessoas que mantiveram contato com o liberiano estão em
observação, sendo que oito foram colocadas em regime de quarentena
em Lagos. Patrick Sawyer, que trabalhou no Ministério das Finanças
do Líbano, foi infectado pelo vírus por uma irmã antes de viajar a
Lagos para uma reunião de países da região.
Ele chegou a Lagos no dia 20 de
julho, proveniente de Monróvia, após mudar de avião em Lomé, a
capital do Togo. Quando chegou, já estava doente e foi conduzido
diretamente para um hospital, onde morreu no dia 25 de julho,
durante o período de quarentena. Por causa disso, o hospital foi
fechado na semana passada por tempo indeterminado.
O segundo caso confirmado na Nigéria
é o último na sequência da eclosão da epidemia do ebola, que já
infectou 1.440 pessoas e provocou 826 mortes. Na Libéria, na
Guiné-Conacri e em Serra Leoa, populares bloquearam as principais
estradas de acesso às capitais, em protesto contra o abandono dos
corpos de vítimas do vírus nas ruas ou em casas, durante
dias.
A presidenta liberiana Ellen Johnson
Sirleaf anunciou na semana passada o fechamento de escolas e a
dispensa durante um mês dos funcionários governamentais “não
essenciais”, em uma tentativa para travar a epidemia, que já
contaminou 227 pessoas no seu país.
Na vizinha Serra Leoa, o presidente
Ernest Bai Koroma “conclamou” a população para “intensificar os
esforços na luta” contra o vírus ebola. O comércio, bares e
restaurantes fecharam, os mercados e as ruas de Freetown
permaneceram desertos, à exceção dos veículos do Ministério da
Saúde que emitiam mensagens de prevenção.