Nestlé Health
Science e parceiros investigaram riscos e presença de desnutrição
em 19 mil pacientes - traçando propostas de
intervenções
Um
estudo inédito avaliou o perfil nutricional de 19.222 pacientes
internados em 110 hospitais brasileiros com o objetivo de
identificar os riscos e a prevalência da desnutrição que,
independente do diagnóstico, pode prejudicar a evolução de
tratamentos. Desenvolvido pela Nestlé Health Science em parceria
com universidades e hospitais, o estudo BRAINS (BRAzilian
Investigation of Nutritional Status in hospitalized patients) foi
conduzido com a colaboração de 300 estudantes do Projeto Jovens
Nutricionistas.
O
estudo envolveu pessoas com mais de 18 anos, hospitalizadas em
instituições públicas, privadas e filantrópicas de 15 estados
brasileiros (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe).
Os pacientes eram avaliados em até 48 horas após a hospitalização
por meio da Avaliação Subjetiva Global em pacientes adultos (até 60
anos) e, para aqueles com idade superior a 60 anos, foi utilizada a
Mini Avaliação Nutricional resumida, que permite avaliar de forma
rápida o risco de desnutrição para uma intervenção precoce. De
acordo com os dados, os pacientes foram classificados quanto ao
risco ou grau de desnutrição.
Resultados
Entre
os adultos, 24% apresentavam suspeita de desnutrição/ desnutrição
moderada (18,3%) ou desnutrição grave (5,7%). Entre os idosos, a
grande maioria dos pacientes (69,2%) apresentava risco de
desnutrição (38,4%) ou desnutrição (30,8%). Com base na análise, os
pacientes receberam propostas de intervenções, realizadas com os
recursos disponíveis em cada instituição, para evitar ou reverter
quadros de desnutrição em diferentes graus. De acordo com a Nestlé
Health Science , independente da região do País, a alta incidência
da desnutrição mostrou a necessidade de se aprimorar processos de
avaliação e acompanhamento nutricional, como forma de evitar
complicações de saúde.
O
diretor da divisão de Nestlé Health Science no Brasil, Marco
Hidalgo, ressalta que a pesquisa colaborou para atender às
necessidades das universidades, que precisam oferecer aos alunos a
oportunidade de desenvolver habilidades, e de hospitais, que
normalmente têm carência de profissionais na área de nutrição.
“Como há carência de profissionais, o atendimento nutricional dos
pacientes prevalece entre os de maior gravidade, contribuindo para
prolongar a internação dos demais ou para uma liberação em
condições nutricionais inadequadas”, explica a nutricionista e
coordenadora científica do Projeto Jovens Nutricionistas, Roseli
Borghi.
O
estudo BRAINS teve com base o trabalho pioneiro IBRANUTRI1,
publicado em 2001, que identificou uma prevalência de desnutrição
hospitalar de 48,1%, tendo como principais fatores a doença de
base, condições socioeconômicas e sistema de saúde pouco equipado
para atender aos pacientes. Além disso, condições como triagem,
avaliação e intervenções nutricionais inadequadas durante a
hospitalização também foram apontados como influenciadores. Para a
coleta de dados para o BRAINS, os estudantes receberam treinamento
de 60 horas sobre fisiologia e fisiopatologia relacionada à
nutrição, terapia nutricional enteral (TNE) e oral (TNO) e métodos
de avaliação nutricional, em especial a Avaliação Subjetiva Global
e a Mini Avaliação Nutricional, e demais formulários do
projeto.
Segundo release divulgado pela instituição, a
iniciativa repercutiu de forma positiva entre as Universidades,
instituições, alunos de nutrição e a comunidade assistida, e acabou
proporcionando oportunidades profissionais para 32
estagiários.