Tumor
ginecológico é difícil de ser diagnosticado: 75% dos casos são
descobertos em estágio avançado
No
Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, lembrado nesta
quinta-feira (8), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica faz
um alerta: a doença é silenciosa e pode atingir mulheres de todas
as idades – inclusive as mais novas. A estimativa do Instituto
Nacional de Câncer (Inca) é que o país registre 5.680 novos casos
apenas em 2014.
Em
entrevista à Agência Brasil, o presidente da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evânius Wiermann,
explicou que não existe uma causa específica para o câncer de
ovário. “Basta ser mulher”, acrescentou. Os sintomas da doença
incluem aumento do volume abdominal com inchaço contínuo;
dificuldade de comer ou sensação de estar cheia; dor abdominal ou
pélvica; e necessidade urgente e frequente de urinar.
O
Inca classifica a doença como o tumor ginecológico mais difícil de
ser diagnosticado e de menor chance de cura, já que cerca de 75%
dos casos se apresentam em estágio avançado no momento do
diagnóstico. “O problema é que se trata de uma doença interna –
diferentemente do câncer de mama, que faz um nódulo, e do câncer de
pele, que faz uma pinta”, explicou Wiermann.
A
recomendação do instituto é que as mulheres fiquem atentas aos
fatores de risco e consultem o médico regularmente, principalmente
as que têm mais de 50 anos. O histórico familiar é o fator de risco
isolado mais importante. Cerca de 10% dos casos apresentam
componente genético ou familiar, e 90% são esporádicos, isto é, sem
fator de risco conhecido. Fatores hormonais, ambientais e genéticos
também estão relacionados com o aparecimento do câncer de
ovário.
Além
disso, segundo ele, existem vários subtipos do câncer de ovário. A
maioria dos tumores são carcinomas epiteliais (câncer que se inicia
nas células da superfície do órgão), mas há também tumores malignos
de células germinativas (que dão origem aos espermatozoides e aos
ovócitos).