A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mantém a decisão
de não aplicar a suspensão da venda de 246 planos de saúde operados
por 26 empresas até que os tribunais regionais federais (TRFs) das
2ª e 3ª regiões decidam sobre os recursos do órgão. A punição às
operadoras seria uma consequência da falta de solução para os
problemas apontados em reclamações de usuários no sistema de
monitoramento de garantia de atendimento do órgão regulador.
“A ANS não está infringindo qualquer decisão judicial neste
momento. Está aguardando que a turma de desembargadores do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região se pronuncie e julgue o nosso agravo
regimental e lá em São Paulo [Tribunal Regional Federal da 3ª
Região] também, onde nós entramos com o recurso na quinta-feira
(5)”, informou a assessoria da comunicação da agência.
No dia 22 de agosto, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª
Região, atendendo a solicitação da Federação Nacional de Saúde
Suplementar (FenaSaúde), concedeu liminar parcialmente desfavorável
à suspensão anunciada pela agência. Após ser intimada formalmente,
a ANS decidiu não suspender os planos.
No dia 30 de agosto, a agência voltou à aplicação das suspensões
depois do TRF da 2ª Região analisar o pedido de reconsideração
feito pelo órgão regulador, mas na terça-feira (3), diante de outra
liminar, agora da TRF da 3ª Região (São Paulo), a agência suspendeu
a aplicação mais uma vez em cumprimento à decisão judicial.
De acordo com dados da ANS, no último ciclo de monitoramento, que
começou no dia 19 de março e se estendeu até 18 de junho, houve
17.417 reclamações contra 552 operadoras em todo o país. Do total,
4.512 reclamações não foram resolvidas mesmo com as tentativas de
intermediação de conflito entre o consumidor e as operadoras e 41%
das reclamações se referiam às operadoras às quais a ANS determinou
suspensão.
Em nota, a FenaSaúde disse confiar que a melhor solução será
adotada em benefício do sistema de saúde suplementar.