Consumidores da região de São Carlos (SP) procuram órgãos de
defesa e a Justiça para reclamar dos planos de saúde coletivos.
Vinculada a empresas, associações profissionais ou a um grupo
alternativo, essa alternativa é mais barata, mas esses planos não
possuem teto para reajuste e podem aumentar mais que os
convencionais. A Agência Nacional de Saúde (ANS) informou que não
pretende regulamentar o reajuste dos planos de saúde coletivos,
porque poderia prejudicar o poder de negociação entre as
partes.
Uma pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor revelou que
nos casos julgados pelos tribunais a média de reajustes das
operadoras de planos de saúde era de 80%. Quatro em cada cinco
decisões entenderam que os aumentos eram abusivos e, em muitas
sentenças, a Justiça decidiu que o reajuste deveria ser o mesmo que
a ANS determinou para os planos individuais, que é de 8%.
O fisioterapeuta César Denari contratou no começo deste ano um
plano de saúde coletivo por meio da associação de fisioterapeutas,
da qual faz parte. No início, pagava R$ 164,67 e tinha pesquisado
que o plano individual ficava em torno de R$ 230. Após cinco meses,
recebeu uma carta do plano que contratou com um reajuste de 11% e o
valor passou para R$ 183.
“Eu fiquei um pouco assustado porque esse aumento foi um pouco
maior que o aumento do meu salário, eu optei por não fazer o
individual por causa disso”, disse Denari. O fisioterapeuta tem
medo que novos aumentos possam surgir. “No ano que vem teremos um
novo aumento e quem sabe não é melhor estudar um pouquinho e fazer
outras opções”, afirmou.
Segundo o diretor do Procon de São Carlos, Joner José Nery, os
grupos pequenos são os que mais sofrem com os reajustes. “Eles não
têm o poder de barganha que uma empresa que contrata o plano
coletivo, por exemplo, tem”, afirmou.