O grupo Saúde e Cuidados Pessoais manterá a pressão sobre a
inflação nos próximos meses. Depois da correção dos remédios, o
reajuste dos planos de saúde individuais — que incidirá para 10
milhões de usuários no país — será fator que jogará a inflação para
cima.
O aumento dos planos está previsto para este mês. Ontem, o IBGE
divulgou que o IPCA (índice oficial) de abril subiu 0,55%, tendo
como principal impacto os medicamentos, que tiveram alta de 2,70% a
6,31% para o consumidor. Com o resultado de abril, o IPCA acumula
6,49% nos últimos 12 meses, encostando no teto da meta
inflacionária do governo, de 6,5%. Em março, ficou me 0,49%.
“O setor de plano de saúde reclama de aumento de custo de
insumos, médicos, enfermeiros e pessoal de atendimento nos
consultórios. A correção do planos individuais vai pressionar a
inflação sim”, avalia Gilberto Braga, professor de Finanças do
Ibmec-RJ.
Em 2012, os planos foram autorizados a corrigir mensalidades
individuais em 7,93%, muito superior a inflação de 6,50% em
2011.
Os direitos das domésticas também fizeram a inflação subir, com
alta de 1,25%. Foi o segundo maior fator de estímulo. O resultado é
um pouco menor se comparado a março, que ficou em 1,53%, mas subiu
em relação a fevereiro (1,12%). As despesas com Habitação
aumentaram 0,62% em abril. O hábito de comer fora de casa pesou
0,9%.
A coordenadora de Recursos Humanos, Luanda da Silva Souza, 31
anos, reclama que o preço dos medicamentos subiu. “É um absurdo, a
gente não pode deixar de comprar remédio”, diz.