Na semana em que se comemora o combate mundial à hanseníase –
última semana de janeiro - uma notícia preocupante.
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos da
doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2011, o
país registrou cerca de 34 mil novos casos da doença, número
inferior apenas aos 127 mil casos na Índia, mas com uma população
cinco vezes maior.
Segundo o coordenador nacional do Movimento de Reintegração das
Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Artur Custódio, a
situação do Brasil é alarmante, principalmente porque há muitos
registros da doença em crianças e adolescentes com menos de 15
anos, totalizando 2.420 casos.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram
detectados quase 29 mil casos de hanseníase no país, dos quais
1.936 em menores de 15 anos.
A doença que, embora fosse taxada, no passado, em todos os
continentes, como um mal assustador de mutilação, deixando à margem
da sociedade os portadores da enfermidade, ainda existe e o grau de
transmissão é simples, ou seja, através das vias respiratórias.
Com o avanço da medicina, descobriu-se a cura da doença. Contudo,
não foi possível erradicá-la. De acordo com o infectologista do
Hospital e Maternidade MadreCor, de Uberlândia, Triângulo Mineiro,
Vinícius Costa, a hanseníase é uma doença crônica,
infectocontagiosa, causada por uma bactéria denominada
Mycobacterium leprae. “A doença afeta a pele e os nervos. Quase
todo o corpo pode ser acometido, mas as regiões mais afetadas são
as extremidades (braços, mãos, coxas, pernas, pés) e a face. Quando
não tratada, a doença pode causar deformidades que incapacitam o
indivíduo para o trabalho e socialmente”, explica.
Segundo o médico, a cura só foi possível com o tratamento
poliquimioterápico, da Organização Mundial de Saúde (PQT-OMS).
“Contudo, o diagnóstico precoce, bem como o tratamento regular
acompanhado pelo médico é essencial para o sucesso do tratamento”,
adverte o infectologista.
Sintomas Para o médico do MadreCor, as campanhas de
conscientização somadas a atenção à saúde, principalmente, nas
redes básicas são ações importantes para diminuir a incidência da
doença.
Atualmente, todos os agentes de saúde do governo são treinados
para ficarem atentos aos sintomas da doença. E como explica
Vinícius Costa, os sinais da hanseníase são perceptíveis. “Uma ou
mais manchas esbranquiçadas ou róseas, ou mesmo avermelhadas e
acobreadas, que tenham alteração na sensibilidade (dormência),
alteração da sensibilidade em qualquer parte do corpo,
principalmente mãos e pés e, em alguns casos diminuição da força
muscular são os sintomas da hanseníase”, explica o médico.
Tratamento Segundo o médico, o tratamento é simples e
seguro, se acompanhado por um profissional especializado.
No Brasil, os portadores de hanseníase conseguem o tratamento,
gratuitamente, basta procurar um posto de saúde mais próximo.