Conselho de Saúde Suplementar
acata pedido do Procon-SP e ANS deverá exigir mais clareza na
aplicação dos reajustes anuais
Fonte: Procon
Após o Procon-SP reunir-se com o
Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, o Conselho de Saúde Suplementar
(CONSU) - órgão deliberativo do Ministério da Saúde destinado a
atuar na definição de políticas públicas e diretrizes gerais do
setor - determinou que a Agência Nacional de Saúde tome
providências para garantir mais transparência nos reajustes anuais
aplicados pelas operadoras de planos de saúde.
A determinação do órgão
deliberativo foi definida por meio da publicação da Resolução CONSU
nº1 de 2 de setembro, que dispõe sobre a Política Nacional de Saúde
Suplementar para o enfrentamento da Covid-19 e estabelece um prazo
de 60 dias para o órgão regulador adotar as medidas.
"Nas duas oportunidades em que
encontrei o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, em Brasília, o
pleito do Procon-SP foi para que a ANS cumprisse o seu papel de
supervisionar as operadoras dos planos de saúde e exigisse mais
transparência, principalmente, no momento de aplicar os reajustes
nas mensalidades dos consumidores", afirma o diretor executivo do
Procon-SP, Fernando Capez. "Atualmente ninguém sabe quais os
critérios técnicos que motivaram as operadoras a fazerem reajustes
superiores a 200%. Finalmente o CONSU acolheu o pleito do Procon-SP
e determinou o dever da ANS de exigir mais transparência do setor.
O resultado disso certamente será uma diminuição no valor das
mensalidades, o consumidor vai descobrir que os reajustes não se
justificam nos patamares atuais e que muito do que é pago hoje diz
respeito a taxas de administração e corretagem", explica Capez.
Além das duas reuniões com o
Ministro da Saúde, que aconteceram em maio e julho deste ano, o
Procon-SP tem adotado iniciativas para assegurar que o direito dos
usuários dos planos de saúde coletivos sejam respeitados -
notificou e autuou as empresas por desrespeito ao Código de Defesa
do Consumidor; entrou com Ação Civil Pública contra a ANS para
garantir que as operadoras de planos de saúde coletivos não
apliquem reajustes anuais abusivos; participou da Audiência Pública
organizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos
Deputados para debater os reajustes, além de acatar as reclamações
dos milhares de consumidores prejudicados.
Planos coletivos e reajustes
elevados
Os planos de saúde coletivos são
aqueles em que uma empresa ou entidade de classe (sindicato,
associação etc.) contrata a operadora de plano de saúde em
benefício de seus funcionários ou associados, ou seja, trata-se de
um contrato entre duas pessoas jurídicas. Os reajustes de preço
dessa modalidade não são regulados pela ANS, diferente dos
individuais que têm os reajustes controlados.
Falsos coletivos
Já chegou ao conhecimento do
Procon-SP que estão sendo oferecidos no mercado planos de saúde
supostamente coletivos, em que pessoas físicas (consumidor) são
induzidas a constituírem uma empresa (pessoa jurídica) - necessária
essa modalidade de contrato - apenas para conseguirem fazer um
plano de saúde. Trata-se de uma falsa coletivização dos planos de
saúde, que tem como objetivo evitar a fiscalização da ANS,
oferecendo um preço inicialmente mais atrativo, mas cujo reajuste
anual não é regulado.
"O próximo passo do Procon-SP será
combater os falsos planos coletivos", avisa o diretor do
Procon-SP