Especialistas afirmam que os
corretores de seguros, como os de hoje, deixarão de existir. O
grande desafio é descobrir um caminho para aplicar a tecnologia a
seu favor.
CQCS ITC EXPERIENCE
2018 – A venda baseada na experiência do consumidor
parece ser um dos poucos consensos das palestras de representantes
de pontos opostos. Por um lado, o CEO e co-cofundador da Lemonade
Inc, Daniel Schreiber, apontou que os líderes do mercado de seguros
usarão bots para substituir corretores de seguros e a Inteligência
Artificial, para os atuários.
Ele apresentou como as ciências
sociais e tecnologia foram fundamentais para a criação de produtos
que mudam a vida das pessoas. Como exemplo, utilizou a comparação
entre os índices de doação de sangue na Inglaterra e nos Estados
Unidos na década de 70. Na Inglaterra, o apelo para a doação era
estritamente emocional. Nos Estados Unidos, havia o pagamento para
os doadores. A quantidade e a qualidade do material doado era muito
maior na Inglaterra.
Schreiber acredita que a
comercialização de produtos de seguros envolve uma questão social
muito importante. Por isso, a Lemonade optou por direcionar parte
da sua arrecadação para instituições sociais. A Lemonade é uma
empresa que comercializa seguros residenciais com modelo peer to
peer. O segurado paga uma taxa fixa por mês. O valor arrecadado vai
para o pagamento do sinistro. Se há sobra de capital, parte é
destinada para causas sociais. O índice combinado da empresa ainda
está na casa de 600%, mas este número faz parte do seu
planejamento.
O CEO explicou que a maior parte
das atividades da empresa são conduzidas por bots, desde a compra
até a regulação. Para se ter uma ideia do nível de robotização da
empresa, cada funcionário cuida de 2500 clientes. Ele explicou que
com o uso de Machine Learning e IA, é possível destrinchar os
hábitos e as características dos consumidores, de forma muito mais
personalizada. “A forma como quantificamos o risco hoje vi parecer
medieval no futuro, porque utilizaremos muito mais a Inteligência
Artificial. Com o desdobramento dos dados é possível identificar as
diferenças entre as pessoas, o que as torna únicas”.
Contraponto
A máquina só aprende se tiver a
inteligência humana para prepará-la. Tony Kuczinski, CEO e
presidente da Munich Re América, destacou que a parceria é
fundamental para proteger os riscos que existem, e aqueles que
ainda virão.