Os prêmios emitidos de apólices contra
não pagamento de empréstimos somaram R$ 251 mi, enquanto as
indenizações chegaram a R$ 286 mi
As indenizações pagas superaram o
volume de prêmios emitidos no mercado de seguro de crédito no
Brasil em 2016, mostrando que o aumento dos calotes provocado pela
recessão no país atingiu também o setor de seguros.
Os prêmios emitidos de apólices contra
não pagamento de empréstimos somaram 251 milhões reais, enquanto as
indenizações chegaram a 286 milhões reais, de acordo com dados da
Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).
Em 2015, os seguros de crédito
emitidos tinham sido de 201 milhões de reais, ante 294 milhões de
reais de indenizações.
O seguro de crédito garante os
créditos que uma empresa fornecedora tem a receber de seus
compradores em caso de inadimplência.
Segundo a vice-presidente da Comissão
de Risco de Crédito e Garantia da Fenseg, Cristina Salazar, esse
quadro reflete o momento difícil da economia do país, com muitas
empresas em falência ou em recuperação judicial.
“Vimos várias empresas deixaram de
pagar seus fornecedores, que por sua vez também tiveram problemas
de caixa e assim por diante”, disse Cristina.
Segundo ela, em geral os segurados são
multinacionais que conhecem o seguro fora do Brasil. Embora seja
oferecido no país há cerca de duas décadas, o seguro de crédito só
é usado por cerca de 600 corporações, a maioria filiais de
estrangeiras, segundo a Coface.
Entre as atividades que mais contratam
o seguro nos últimos anos estão empresas do setor siderúrgico, bens
de consumo, agronegócios, têxtil e calçados.
Para a executiva da Fenseg, o fato de
as indenizações terem superado o total de prêmios não deve
desestimular as seguradoras a operar com o produto.
“A sinistralidade tende a reduzir um
pouco em 2017 e, além disso, as seguradoras ficam com o direito ao
crédito não recebido e podem tentar recuperar parte ou todo dos
recursos”, disse Cristina. “Agora é hora de mostrar que o produto
realmente funciona”.