Um dos destaques do 11º Boletim da
Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de
Beneficiários – da Federação Nacional de Saúde Suplementar
(FenaSaúde) – é a análise dos números relativos às operadoras em
regime de portabilidade especial ou portabilidade extraordinária.
Os dois instrumentos representam ações da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) que visam permitir que os beneficiários de
operadoras que tenham suas atividades encerradas por liquidação
extrajudicial mantenham planos de saúde, equivalentes ou não, em
outras operadoras. Nessas modalidades de portabilidade, não é
necessário respeitar todos os critérios da portabilidade normal. No
mercado de Saúde Suplementar, ocorreram 120 concessões de
portabilidade especial e 89 concessões extraordinárias (nível de
alerta superior), entre 2013 e 2015. Das concessões de
portabilidade extraordinária, 59 foram definidas em 2015 –
expressivo aumento ante 2014, que registrou 10. A portabilidade
extraordinária é decretada em situações excepcionais, quando há
necessidade de intervenção para garantir opções ao
beneficiário.
O boletim analisa a performance
econômico-financeira do segmento. Nesta edição, os dados,
referentes a setembro de 2015, reforçam que o setor de Saúde
Suplementar apresenta sinais de desaceleração em função do cenário
econômico: caiu o ritmo de crescimento das receitas e despesas –
queda maior nas receitas do que nas despesas. Em setembro, o
crescimento dos gastos do setor seguia acima da expansão das
receitas: as despesas assistenciais aumentaram 14,9%, enquanto as
receitas de contraprestações registraram avanço de 12,8% ante o
aferido no período anterior. As informações têm como base
demonstrações contábeis enviadas regularmente à ANS.
Pela primeira vez desde o início da
série histórica, houve retração na base de beneficiários dos planos
de assistência médica, com redução de 0,3% no total de
consumidores. A desaceleração é mais acentuada para planos
coletivos empresariais, contratados pelas empresas para os seus
empregados. Esse tipo de contratação saiu de um patamar de
crescimento de 6,3%, entre setembro de 2012 e setembro de 2013,
para uma taxa negativa de 0,1%, em setembro de 2015 ante o mesmo
mês do ano anterior. Entre os setores mais afetados pelo cenário
macroeconômico, estão as indústrias de petróleo e gás, montagem
industrial e serviços financeiros – atividades que registravam
altos índices de contratação de mão de obra.
“Não há, no entanto, motivação para
que se façam prognósticos alarmantes. Na verdade, surpreende o
ritmo de crescimento do setor diante do cenário de retração
econômica. Em parte, isso pode ser atribuído ao que pesquisas de
opinião indicam – que o plano de saúde é o terceiro item de maior
relevância em consumo no país, atrás de educação e casa própria.
Isso significa que tende a ser um dos mais preservados entre as
prioridades de consumo. No mesmo sentido aponta pesquisa do
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), feita pelo Ibope
neste ano, mostrando que 75% dos brasileiros que têm plano de saúde
estão satisfeitos ou muito satisfeitos com seus planos”, destaca
José Cechin, Diretor-Executivo da FenaSaúde.
No período analisado, as associadas
à FenaSaúde custearam R$ 48,1 bilhões em eventos de assistência
médica e odontológica de seus beneficiários, com expansão de 14,8%
na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. As receitas
de contraprestações totalizaram R$ 58,2 bilhões e cresceram 13,5%,
na mesma base de comparação. A edição do Boletim da Saúde
Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários
reforça o compromisso da FenaSaúde com a informação de qualidade
para promover o melhor entendimento do mercado de Saúde
Suplementar.
Confira os principais temas
abordados no boletim: – Estrutura do mercado de
Saúde Suplementar
Nesse capítulo, são apresentados
faturamento total do setor, despesas operacionais, despesas
assistenciais, despesas por modalidade de planos de saúde e
resultados operacionais. As associadas à FenaSaúde registraram
despesa total (inclui despesas assistenciais, administrativas,
comercialização e impostos) de R$ 56,8 bilhões nos 12 meses
terminados em setembro de 2015, com expansão de 15% em relação ao
período imediatamente anterior. As receitas de contraprestações
totalizaram R$ 58,2 bilhões e cresceram 13,5%, na mesma base de
comparação. Dessa forma, o resultado operacional das associadas
(receita de contraprestações/despesa total) foi de R$ 1,4 bilhão.
Já o mercado de Saúde Suplementar fechou deficitário em R$ 400
milhões, com despesas totais (R$ 143,6 bilhões) superando receitas
de contraprestações (R$ 143,2 bilhões).
– Operadoras e
indicadores operacionais
Números absolutos das operadoras em
atividade, divididas por modalidade. Mostra ainda volume de
provisões técnicas das empresas, índices gerais de sinistralidade,
fazendo distinção por modalidade de empresa. Aponta indicadores
como volume de despesas administrativas e despesas
comerciais. – Beneficiários
Esse capítulo traz dados de
beneficiários da Saúde Suplementar no Brasil. Em setembro de 2015,
havia 72,1 milhões de beneficiários de planos de saúde, sendo 50,3
milhões nos planos de assistência médica (69,7% do total) e 21,9
milhões nos planos exclusivamente odontológicos (30,3% do total). O
capítulo reforça que, pela primeira vez na série histórica, a base
de consumidores dos planos de assistência médica apresentou uma
redução. – Distribuição
geográfica
Distribuição dos beneficiários
pelas cinco regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e
Sudeste, por cobertura assistencial (assistência médica ou
exclusivamente odontológica) e localidade (interior ou capital). Os
dados mostram, por exemplo, que a Região Sudeste concentra o maior
percentual de beneficiários de planos e seguros privados de saúde:
62,1% dos planos de assistência médica e 58,3% dos exclusivamente
odontológicos. No entanto, a Região Centro-Oeste é a que registra o
crescimento mais acelerado na base de clientes: em setembro deste
ano, houve aumento de 4,7% nos planos de assistência médica e 4,1%
nos exclusivamente odontológicos, na comparação com setembro de
2014.
O 11º Boletim da Saúde Suplementar
– Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários pode ser
obtido por download, na íntegra, na página da
FenaSaúde: http://www.cnseg.org.br/fenasaude/publicacoes/.