Hospitais e
organizações de saúde podem ganhar vantagem competitiva
significativa com aparelhos vestíveis
Tecnologias vestíveis – aparelhos como o Google
Glass, ou smartwatches como o Gear – são uma tendência empolgante
na área de consumo. Nós podemos imaginar, num futuro próximo, esse
tipo de tecnologia se tornando uma ferramenta útil no ambiente de
trabalho, especialmente num dos setores mais conservadores, como a
saúde. Se implementada corretamente, ela pode reduzir o risco dos
efeitos do cansaço de equipes de enfermagem, melhorar a satisfação
do paciente, a produtividade das equipes e até contribuir para
elevar os níveis de qualidade de atendimento.
Tecnologias vestíveis em
ação
Tudo isso soa muito futurístico?
Muitos especialistas acreditam que esse cenário pode estar mais
perto do que você imagina, e que ele irá ajudar a superar algumas
das maiores barreiras na área.
Por
exemplo, considere a exaustão dos enfermeiros. Uma pesquisa recente
mostrou que o cansaço dessas equipes é presente no mercado e, se
não monitorado, pode ter um impacto negativo na qualidade do
atendimento e na satisfação tanto do paciente quanto do empregado —
podendo até ocasionar aumento nos custos operacionais. Entre os
respondentes, 69% reportaram que o cansaço foi responsável pela
preocupação excessiva sobre sua capacidade de atender durante horas
de trabalho. Até mais alarmante que isso, quase 65% dos
participantes da pesquisa disseram que quase cometeram erros por
conta disso, e mais de 27% reconheceram que erraram porque estavam
cansados demais.
Claramente o cansaço dos enfermeiros é um
problema, ainda que muitos hospitais e organizações de saúde lutam
para resolvê-lo. A tecnologia vestível então, pode apresentar uma
solução.
Imagine se os enfermeiros usassem braceletes ou
sensores em seus uniformes que monitorassem seus sinais vitais
críticos. Os gerentes poderiam ver em tempo real a “saúde” geral de
sua equipe, e mais importante, ter insights sobre seus níveis de
cansaço. Se um enfermeiro ficar muito cansado, medido pelos níveis
caindo significativamente, o gestor poderia receber um alerta, de
modo a determinar o melhor modo de agir. Desde aumentar o período
de descanso, ou enviá-lo mais cedo para casa e notificar um
substituto, com apenas alguns cliques em seu dispositivo
vestível.
Ainda
melhor, tudo isso pode ser feito a tempo de agir antes que o
enfermeiro se canse demais, um fator crítico para evitar incidentes
relacionados ao cansaço.
O futuro começa agora
Muitos especialistas acreditam que a
tecnologia vestível será escalável no ambiente corporativo, com
impacto potencial significativo na economia. Hoje, os vestíveis são
avanços importantes em diferentes setores como reconhecimento de
voz, biometria, comunicações, entre outros. Além disso, algumas
pesquisas indicam que smartwatches e outros aparelhos podem
representar receita de US$ 50 bilhões em 2017.
E a
indústria de saúde é especialmente um bom mercado para eles.
Considere os seguintes exemplos:
Decisões e atendimento mais
rápidos. Um gerente de enfermaria pode receber um alerta
em seu relógio dizendo que o pronto socorro está prestes a receber
um alto número de pacientes com traumatismo. O gestor pode, então,
reagir rapidamente buscando especialistas a essa demanda,
disponibilizando-os para atender os casos.
Rastrear funcionários e melhorar
qualidade de atendimento. Hospitais e organizações de
saúde também podem monitorar a localização de uma equipe específica
para melhor direcioná-la no atendimento a casos urgentes – em tempo
real, aumentando a qualidade do atendimento e a experiência do
paciente no geral.
Melhorar o compartilhamento de
informação. Ao disponibilizar acesso mais rápido e fácil a
dados críticos, a tecnologia vestível pode revolucionar o
compartilhamento de informações entre provedores de saúde e os
pacientes, bem como as decisões tomadas sobre a saúde de cada um
deles.
Com
exemplos como esses, alguns especialistas acreditam que tecnologias
vestíveis serão adotadas primeiro no ambiente corporativo, e não
por consumidores, contrariando a empolgação das pessoas a cada
lançamento. Ainda que as organizações de saúde devem tomar cuidado
para evitar a percepção de que eles estão invadindo a privacidade
dos pacientes e funcionários.
Os
funcionários, na verdade, podem até estar mais receptivos à ideal.
Afinal de contas, o conceito de tecnologia vestível já existe.
Crachás, aparelhos que rastreiam equipamentos médicos, tablets
corporativos e aplicativos são exemplos tecnológicos de que a saúde
já aceitou que a tecnologia é parte de seu trabalho diário. Se os
colaboradores começarem a ter reais benefícios usando a tecnologia
vestível no trabalho, como produtividade ou reconhecimento especial
dos gestores, eles irão continuar a abraçar a ideia.
Criar vantagem
competitiva
Tecnologias vestíveis chegaram
claramente para ficar. A tecnologia irá melhorar ainda mais e se
tornar ainda mais presente nos próximos anos. Hospitais e
organizações de saúde devem ser sábias o bastante para pesquisar
como isso pode ser usado estrategicamente para melhorar o cuidado
ao paciente e também o trabalho de seus times.
*
por Susan Reese, da InformationWeek USA