O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira
(05) a assinatura de acordos com a indústria alimentícia para a
redução de sódio em produtos laticínios (requeijão e queijo
mozzarela), embutidos (linguiças, salsichas, hambúrgueres,
mortadelas, presuntos e empanados) e sopas prontas. De acordo com o
ministro da saúde, Alexandre Padilha, o índice de redução do teor
de sal nesses produtos deve chegar a 68% em um período de quatro
anos.
Essa é a quarta e última rodada de negociações entre o governo e a
indústria para a redução de sódio em alimentos. Em 2011, produtos
como massas instantâneas, pães, misturas para bolos, salgadinhos de
milho, batata frita, biscoitos e maionese foram alvo da campanha
contra o excesso de sal. No ano passado, o acordo incluiu temperos,
caldos, cereais matinais e margarinas vegetais.
"Não é simples pensar em uma estratégia para 200 milhões de pessoas
sem pensar em uma parceria de forte estímulo com a indústria.
Qualquer medida que afaste a indústria e não estimule a inovação de
novas formas de conservação de alimentos pode ter um resultado não
positivo para a saúde”, disse Padilha, elogiando a disposição das
empresas ao entrar em acordo com o governo.
A intenção do governo é minimizar o crescimento de doenças crônicas
não transmissíveis no País, principalmente da hipertensão. Segundo
o ministério, 24,3% da população brasileira informou ter
hipertensão arterial na pesquisa Vigitel 2012. Para minimizar esse
quadro, o acordo tem a pretensão de eliminar 28 mil toneladas de
sódio até 2020.
Ainda de acordo com a pasta, a recomendação de consumo máximo
diário de sal pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é menos de
cinco gramas por pessoa. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) mostram que o consumo do brasileiro está em 12
gramas diários.
"Reduzir a quantidade de sal consumida diariamente para 5 g poderia
reduzir em 15% o número de AVCs (derrames) e em 10% o número de
infartos, além de livrar 1,5 milhão de pessoas de medicação e dar
quatro anos a mais de expectativa de vida aos hipertensos”,
explicou Deborah Malta, diretora do Departamento de Análise de
Situação em Saúde do ministério.
O ministro também vai apresentar hoje dados inéditos da pesquisa
Vigitel 2012 - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - sobre a hipertensão
arterial no país.
Com informações da Agência Brasil