A paralisação vai até dia
30 deste mês, impactando clientes das operadoras CAC, FioSaúde e
Geap
Médicos da rede privada de saúde do
Rio de Janeiro deram início ao movimento nacional de não
atendimento a clientes, que vai deixar cerca de 180 mil segurados
sem cobertura. A paralisação vai até dia 30 deste mês, prejudicando
clientes das operadoras CAC, FioSaúde e Geap. A decisão foi tomada
em assembleia realizada na última quarta-feira (10) pelo Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
De acordo com a presidenta da Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, foram
feitas negociações com mais de 20 operadoras. Na última assembleia
do conselho, os médicos aceitaram a proposta de 17 delas, mas três
ofereceram propostas insuficientes. Segundo Márcia, não houve
reajustes satisfatórios para os procedimentos e as consultas ainda
estão abaixo do que a maioria das outras operadoras propôs.
A categoria decidiu que será cobrado uma valor de R$ 60 por
consulta e o médico deverá fornecer um recibo para reembolso do
pagamento. A presidente informou que o conselho pretende até o
próximo ano conseguir equiparar o valor ao que a Assistência Médica
Supletiva (AMS), plano de saúde dos empregados, aposentados,
pensionistas da Petrobras e seus dependentes, paga atualmente, que
é R$ 100 por consulta.
“Como as três operadoras não ofereceram este valor [R$ 60],
estamos cobrando direto dos clientes para que elas passem a pagar
isso após as negociações. A partir do ano que vem, queremos a
unificação das tabelas. Hoje temos sete ou oito tabelas diferentes.
Como a nomenclatura dos procedimentos são unificados pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar [ANS], estamos pedindo que todas as
tabelas sejam iguais”, disse a presidenta.
Segundo Márcia, não é necessário que os valores sejam iguais, mas
sim os códigos, para que não haja confusão por parte dos
profissionais e de sua equipe. “Quando o médico cobra
insuficientemente porque não conhece a tabela direito, ele acaba
recebendo menos e a operadora não corrige isso”, explicou.
A presidenta disse ainda que as emergências serão atendidas
normalmente. Segundo ela, “essa é uma suspensão de atendimento
para que as operadoras fiquem alertas de que as nossas
reivindicações continuam além desse período que estamos
agora”.
Dentro de 15 dias a categoria irá se reunir em assembleia para
decidir se a operadora Bradesco Saúde vai ter o atendimento
suspenso por guia ou não. Nesse período, as negociações com a
empresa serão mantidas. Caso não haja aumento no valor das
consultas, os profissionais da rede poderão suspender o
atendimento.
A ANS, responsável por regulamentar os planos de saúde do país,
informou em nota que o atendimento à população não pode ser
prejudicado e o acesso aos serviços contratados pelo beneficiário
deve ser garantido pela operadora. Está proibida a cobrança de
valores adicionais por consulta ou qualquer outro serviço que faça
parte da cobertura obrigatória do plano.
Segundo a ANS, os serviços de urgência e emergência devem ser
garantidos aos segurados. Os clientes que se sentirem lesados podem
entrar em contato com os canais de atendimento da agência, por meio
do Disque ANS (0800 701 9656) ou pela Central de Atendimento ao
Consumidor, no portal www.ans.gov.br . Além disso, o consumidor
poderá visitar um dos 12 núcleos distribuídos pelo país. Os
endereços estão disponíveis no site da agência.