De acordo com as lideranças
médicas, após 30 reuniões, com 17 planos de saúde, foram
pouquíssimas as propostas razoavelmente consistentes
Os médicos de São Paulo, reunidos em assembleia na sede da
Associação Paulista de Medicina, decidiram suspender, por 24 horas,
o atendimentos eletivo aos planos de saúde durante o dia 6 de
setembro.
Desde o ano passado, os médicos vêm realizando diversas ações
reivindicando um relação justa de trabalho com as operadoras:
fizeram paralisação escalonada, passeatas, pressionaram e buscaram
negociação. Eles reivindicam consulta de R$ 80 e valores dos
procedimentos médicos atualizados de acordo com a CBHPM. As
empresas tiveram como prazo limite para negociar com as entidades
médicas 31 de julho. De acordo com as entidades representativas,
nenhuma atendeu rigorosamente à solicitação da categoria. De acordo
com as lideranças médicas, após 30 reuniões, com 17 planos de
saúde, foram pouquíssimas as propostas razoavelmente
consistentes.
A Porto Seguro apresentou consulta a R$ 60 e 10% de atualização
sobre os demais honorários a partir de agosto. A Marítima fez a
mesma proposta, porém com pagamento a partir de outubro. Já a Sul
América propôs consulta a R$ 60 e 7,5% de reajuste para os
procedimentos a partir de setembro.
Em comunicado, o Sindicado dos Médicos de São Paulo (Simesp)
informou que as demais empresas que participaram das negociações,
Allianz, Amil, Medial, Blue Life, Dix Amico, Bradesco, Mediservice,
Care Plus, Green Line, Gama e Itaú-Unibanco mencionaram apenas os
valores de consulta. E que nove empresas de autogestão ligadas a
Unidas informaram quanto pagam pela consulta e que algumas utilizam
a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM) 3ª edição. As demais ligadas ao grupo não se manifestaram
até o momento.
“Intermédica, Notredame, Santa Helena, Seisa, Trasmontano e
Universal negociaram mas não mandaram resposta. Já Itálica, Life
Empresarial, Metrópole, Prevent Senior, Santa Amália, São
Cristóvão, Cabesp, Caixa Econômica Federal, Sabesprev, Cetesb,
Petrobrás, Metrus, Afresp, Embratel, Gama e Sabesprev sequer
negociaram”, afirmou em nota.
Para Cid Carvalhaes, presidente do Simesp, está clara a
insatisfação dos profissionais. “Nossa assembleia avaliou as
negociações como insuficientes e por isso votou pela continuidade
da luta. O Simesp concorda, apoia e participa ativamente da
coordenação deste movimento. É importante a unidade das entidades
médicas para enfrentar o forte loby das operadoras. Os médicos
exigem respeito e querem seu trabalho valorizado”, avalia.
Para o presidente da APM, Florisval Meinão, apesar de o
movimento ainda não ter atendido às reivindicações, pode ser
considerado positivo. “Estamos unidos e pressionando. A opinião
pública não tem dúvida da situação dos médicos em relação aos
planos de saúde”. Já Renato Azevedo Júnior, presidente do Cremesp,
destacou que há “desvalorização e cerceamento das atividades
médicas, por exemplo, por meio de procedimento negados.