On-line pela primeira vez, conferência da CNseg registrou total
histórico de 6 mil inscritos e 40 horas de programação
A
Conseguro 2021, totalmente on-line, teve mais de 14 mil acessos, um
recorde absoluto na comparação com as edições anteriores,
presenciais. Em alguns dos painéis, foram registrados 1 mil
participantes simultâneos. Foram 82% de acessos feitos
por desktop e 18% por mobile. A conferência bianual
da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg passou de 800
inscritos na edição de dois anos atrás para 6 mil, com total de 40
horas de programação, frente a 16 horas em 2019.
No
painel de encerramento da conferência, realizado em 01/10, o
Presidente da CNseg, Marcio Coriolano, afirmou que “este evento
prova que a CNseg, mais do que uma confederação associativa, é hoje
o mais importante centro que reúne especialistas para fazer
reflexão e propostas sobre o universo de seguros do Brasil. Sabemos
ser críticos e independentes
do mainstream quando necessário, para aportar
soluções construtivas, propositivas e viáveis”.
Marcio Coriolano dividiu em tópicos
os principais temas abordados durante os cinco dias de evento.
Economia
PAINEL
• TRÊS VISÕES PARA O BRASIL
DO AMANHÃ
O
mercado de seguros é muito sensível aos atributos da produção,
emprego e renda. É natural que as pessoas primeiro supram suas
necessidades básicas para depois optar por um seguro.
As
questões demográficas e as mudanças climáticas também vão mover a
economia brasileira mundial e precisarão ser prioritárias dentro da
política pública.
Para
2020, o Brasil terá impacto direto do baixo índice de crescimento
da economia global. Muitas previsões são de baixo crescimento, e
algumas projeções chegam em torno de 1,5% e até 0,5%.
Consumidor
PAINÉIS
• O NOVO CONSUMIDOR DE
SEGUROS | PERCEPÇÕES E TENDÊNCIAS
• TECHQLIBRIUM | COMBINANDO
DIGITAL E HUMANIZADO
• OS DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO
EM UMA SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO
A
adoção de processos digitais pelas seguradoras foi acelerada com a
pandemia. Ao mesmo tempo, as novas demandas por parte dos
consumidores exigiram ainda mais inovação, simplificação e
agilidade. Entender quem é esse novo consumidor e se preparar para
esse novo momento é fundamental.
A
transição para o atendimento virtual trouxe um receio inicial, de
que o relacionamento ficaria deteriorado, mas a adaptação foi
rápida e isto não ocorreu.
Vivemos a era da hiper relevância, com os clientes possuindo uma
alta expectativa em relação aos produtos e serviços e as empresas
possuindo uma série de ferramentas digitais para o relacionamento
com os clientes. O consumidor quer comprar um seguro com a mesma
facilidade com que compra uma televisão.
Apesar da dinâmica do digital, o fator humano não pode ser
esquecido, pois ainda é importante para se atingir a excelência. Há
processos em que os canais digitais cumprem de forma satisfatória o
seu papel, mas, em outros, o acolhimento gerado pelos seres humanos
é absolutamente necessário.
As
mídias digitais revolucionaram as relações sociais e, por isso, é
importante saber combinar essa dinâmica. O que antes era
considerado um monólogo, atualmente, se tornou diálogo, já que o
consumidor tem expectativas e cobranças sobre aquilo que adquire e
consome.
Na
ótica da sociedade, as marcas são vistas como se fossem pessoas, de
quem são esperados posicionamentos, pedidos de desculpas.
REGULAÇÃO
PAINÉIS
• OPEN INSURANCE – DESAFIOS
DA IMPLEMENTAÇÃO
• RESOLUÇÃO CNSP 416/2021:
FORTALECIMENTO DA ESTRUTURA DE GOVERNANÇA
• FLEXIBILIZAÇÃO DA NORMA DE
INVESTIMENTOS
• GESTÃO DO RISCO DE LIQUIDEZ
E QUALIDADE DE COBERTURA DO CMR
• FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS
DE PRODUTOS
• SEGURANÇA
CIBERNÉTICA
• A ÓTICA DO SETOR DE SEGUROS
COMO CONSUMIDOR DE RESSEGURO
• LGDP – CONVERSA COM O
JUDICIÁRIO
• SEGURO AUTO X PROTEÇÃO
VEICULAR
O
setor segurador tem a expectativa de que a implementação
do open insurance ainda contemple diferenças de
paradigmas diferentes do setor bancário e resgate a inclusão do
corretor de seguros como integrante desse sistema.
A
nova norma de governança, publicada em julho deste ano pelo
Conselho Nacional de Seguros Privados, busca desenvolver o mercado,
flexibilizar regras de forma que as empresas possam trabalhar
melhor, com mais eficiência, sem deixarem de avaliar e manterem a
solidez e a estabilidade das empresas.
A
flexibilização da norma de investimentos interessa muito às
seguradoras pela simplificação que anuncia, tornando-as menos
prescritivas e mais principiológicas. Isso estimula a concorrência
e reduz custos operacionais, sem comprometer a solvência.
O
pacote normativo que traz novidades em relação ao nível de liquidez
e apuração da solvência das empresas do setor de seguros tem o
objetivo de estimular a competitividade, eliminando custos
regulatórios desnecessários.
A
flexibilidade das normas dos produtos demonstrou que as medidas
regulatórias adotadas, desde 2019, pela Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP), são assertivas para ampliar a incursão do seguro
de vidas de pessoas e empresas, diminuir custos e estimular
coberturas personalizadas.
O
aumento expressivo dos ataques cibernéticos, inclusive o
chamado ransomware (invasão dos sistemas com
posterior pedido de resgate), ocorreu ao longo da pandemia e
colocou todos em alerta. No setor de seguros, umas das respostas à
nova realidade é a Circular 638, da Susep, que dispõe sobre
requisitos de segurança cibernética a serem observados pelas
sociedades seguradoras. Sem contar os novos produtos adaptados a
essa nova realidade.
O
corretor dará enorme contribuição à era dos seguros flexíveis,
intermitentes e combos. As novas atualizações do marco regulatório
podem promover uma nova dinâmica do resseguro no País. As operações
deram um salto desde a abertura do mercado, há 15 anos. As receitas
de resseguros tiveram, por exemplo, uma expansão acumulada de 47,5%
de 2016 a 2020, ao passo que os prêmios diretos das seguradoras
cresceram 22% no mesmo período.
Apesar do número significativo de resseguradoras autorizados a
operar no Brasil, constata-se uma concentração de negócios em
poucos grupos. As características do mercado brasileiro influenciam
o tom mais cauteloso das operações de resseguros.
Alguns setores são mais particularmente vulneráveis a essa
amplíssima incidência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que
é transversal e se aplica a todos os setores. O setor de seguros, o
de previdência complementar e o de saúde suplementar, são
obviamente setores que trabalham com dados como insumos e,
portanto, merece um cuidado especial quanto à disciplina de
proteção de dados.
Os
dados são insumos básicos para aferição e classificação do risco.
Como a discriminação é inerente à atividade securitária, torna-se
necessário que o segurador, que também o controlador dos dados,
faça uma análise adequada do risco para precificá-lo e, assim
garantir a sustentabilidade de sua atividade.
Já
quanto ao tema da proteção veicular, o painel concluiu que há
assimetria com as seguradoras e a invasão do mercado a elas
reservado, conforme decisão já proferida pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Aguarda-se agenda no legislativo para a retomada de
projeto de lei que pretende trazer as associações para o espaço
regulatório dos seguros.
ASG
PAINÉIS
• ASG | A AGENDA DO FUTURO JÁ
COMEÇOU
• PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA |
SEGURO PARAMÉTRICO – MICROSSEGURO
• INTEGRAÇÕES DAS QUESTÕES
ASG NAS OPERAÇÕES DO SETOR DE SEGUROS
• CONTRIBUIÇÃO DO SETOR DE
SEGUROS PARA O CLIMA
• DIVERSIDADE & INCLUSÃO: POR
QUE É IMPORTANTE FALAR SOBRE ISSO?
A
pandemia disparou o alerta de urgência para os compromissos
socioambientais e de governança por parte das empresas.
E o
setor de seguros não ficou de fora, já que o tema impacta a
atividade seguradora nas duas pontas: dos riscos cobertos e da
gestão das provisões técnicas. O setor depende, crucialmente, de
questões ambientais, sociais e de governança, visto que a matéria
prima do seguro é o risco. Os riscos ASG (Ambientais, Sociais e de
Governança) perpassam todos os setores de atividade que demandam
seguros.
O
setor de seguros tem uma grande oportunidade, se abrindo com a
transição para uma economia de baixo carbono. O mercado segurador
brasileiro também é apontado como uma liderança em
sustentabilidade. Por isso, precisa estar preparado para entender
que as questões socioambientais e corporativas podem ser vistas
como riscos, mas também devem ser consideradas oportunidades de
negócio e diferencial competitivo.
As
experiências na utilização de seguros paramétricos para mitigar
riscos e oferecer proteção financeira em casos de desastres
naturais são diversas. Na América Central, pessoas vulneráveis
expostas a riscos climáticos contam com esse tipo de produto como
se fosse um desaster cash.Quando acontece o evento,
os segurados recebem o dinheiro para garantir a continuidade de sua
produção.
Uma
empresa não pode olhar os impactos climáticos apenas no seu
balanço, sem se preocupar com o do cliente ou do parceiro. Por
isso, o setor financeiro tem um papel estratégico e precisa se
posicionar de forma clara, para poder cobrar metas, métricas
claras, reportadas de maneira consistente.
A
diversidade contempla saberes, gêneros, pessoas com deficiência,
cores e raças e etnias. Porém, inclusão é dar um passo além e fazer
um movimento para incluir os grupos que estão sub-representados
nesses ambientes. Para isso, é necessário um plano de ação e
métricas definidas. Está comprovado que diversidade traz decisões
mais robustas, permite inovação, atrai e retém talentos e traz
representatividade de clientes e parceiros.
INFRAESTRUTURA
PAINEL
• CABOTAGEM E RODOVIA |
INFRAESTRUTURA PARA DESTRAVAR O BRASIL
Para
superar os desafios e ampliar as oportunidades na área de
infraestrutura, o mercado segurador, as agências reguladoras,
governos e especialistas, buscam colocar em prática normativos
atualizados. A ideia é que eles viabilizem a conclusão do negócio
sem lingas disputas judiciais.
A
área da infraestrutura é um segmento estratégico para o Brasil e de
grandes cifras, que precisam de seguros para mitigas riscos. E os
contratos de seguros são importantes. Já são trabalhadas cláusulas
de matriz de riscos muito bem definidas com os riscos que cada uma
das partes vai assumir.
FEDERAÇÕES
O
presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar
(FenaSaúde), João Alceu Amoroso Lima, que representa grupos de
operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde, bem
como planos exclusivamente odontológicos, chamou a atenção
para o debate que ocorreu em torno do ATS (Avaliação de
Tecnologias em Saúde), utilizado pelo regulador para autorizar a
incorporação de novas tecnologias no setor. “Infelizmente, o
processo de ATS está na berlinda tanto no Congresso, que pensa em
criar uma lei que acabe com este procedimento, ou mesmo no STF que
tem decisões contrárias ao processo de validação de novas
tecnologias”, comentou Alceu. O presidente da FenaSaúde
apresentou dados sobre a atuação das operadoras de saúde no
tratamento da Covid-19, de março de 2020 a junho deste ano. Foram
295 mil internações, a um custo de R$ 12 bilhões. Já o valor gasto
com as internações em UTI chegou a R$ 9 bilhões. “No total, as
operadoras gastaram R$ 22 bilhões com a Covid-19. Foram gastos que
não estavam previstos ou precificados pelas empresas”, disse.
A
importância de estimular o brasileiro a poupar foi destaque na fala
de Marcelo Farinha, presidente da Federação Nacional de
Capitalização (FenaCap). “Foram muitos os desafios enfrentados,
como pressão na renda, inflação, distanciamento social, mas nenhuma
novidade para uma indústria secular como a de seguros”, comentou
Farinha, lembrando a importância da formação de reservas para
realização de sonhos e projetos. O executivo acrescentou que na
crise é que o mercado segurador se faz mais relevante e presente.
“Seguimos crescendo. Os títulos de capitalização são instrumento de
formação de reserva e as seguradoras têm investido em plataformas
de acesso remoto, para atender a um cliente cada vez mais digital”,
complementou.
Na
visão de Antonio Trindade, presidente da Federação Nacional de
Seguros Gerais (FenSeg), os temas regulatórios foram muito
relevantes ao longo da semana de painéis. “Quando falamos em
flexibilização regulatória eu penso em quantidade de circulares,
consultas públicas, resoluções que ao longo de um ano e meio de
pandemia fomos debatendo. E quando olho para a frente vejo que isso
não vai parar. São medidas facilitadoras do dia a dia das
seguradoras e que abrem possibilidades de criação de novos produtos
e modalidades diferentes de aquisição dos seguros”, destacou.
Trindade também chamou a atenção do debate em torno do seguro
automotivo versus as associações de proteção veicular. “Elas nos
preocupam, sim. Urge acelerarmos um trabalho que já fazemos no
Congresso, para resolver o assunto, porque a atuação dessas
empresas, que não são seguradoras, pode afetar a imagem do setor”,
afirmou, lembrando que as associações de proteção veicular atuam
junto a um segmento da população com menos renda e informação.
A
eficácia das seguradoras, ao longo da pandemia, ao atender às novas
demandas da sociedade, foi reforçada em comentário de Jorge Nasser,
presidente Federação Nacional de Previdência Privada e Vida
(FenaPrevi). “As seguradoras atenderam prontamente à demanda da
sociedade e em caráter de exceção, amenizando mortes decorrentes da
Covid-19”, afirmou o executivo, lembrando que a pandemia é um risco
não coberto. Até julho, as indenizações decorrentes de mortes por
Covid-19 chegaram a R$ 4,6 bilhões.
O
presidente da FenaPrevi aproveitou o encerramento da Conseguro para
apresentar dados mais recentes sobre o mercado de previdência
privada. Até julho, as captações líquidas – aportes menos resgates
– chegaram a R$ 21 bilhões, um salto de 16% sobre igual período do
ano passado. Os ativos cresceram 7,2%, totalizando R$ 1,06 trilhão
em planos de previdência. “São números que mostram a recuperação do
segmento e o quanto somos resilientes”, disse.
RESILIÊNCIA
A
capacidade de o setor segurador resistir aos momentos de crise
também marcou análises do professor de economia e decano do Centro
de Ciências Sociais da PUC-RJ, Luiz Roberto Cunha. O economista
apresentou dados comparando a evolução do Produto Interno Bruto
(PIB) per capita e da arrecadação do setor de
seguros, também per capita, entre 2007 e 2020.
Segundo ele, a variação da arrecadação do setor é sempre superior à
do PIB, com exceção de alguns momentos mais agudos, como em 2009,
após a grave crise das subprimes americanas; e
em 2018, quando a economia brasileira ia mal”, comentou.
“Os
dados mostram bem a importância do setor na economia, sua
resiliência. O setor não é uma ilha, e claro que é afetado, mas
sempre mantendo um desempenho acima da economia”, comentou o
economista mencionando razões para isto, como a incorporação
constante de inovação pelas seguradoras, o aumento da produtividade
e o incremento na oferta de produtos que atendam à busca por
segurança e minimização do risco.
O painel pode ser assistido
na íntegra em https://youtu.be/E73qdHylWUM
· CONSEGURO 2021 ON-LINE
CHEGA AO FIM COM GRANDES NÚMEROS:
. 6 mil inscritos na
plataforma. Desses, 3 mil ativos, assistindo e interagindo
sobre os temas das palestras. O conteúdo seguirá disponível no
canal do YouTube da CNseg;
. 82% dos acessos em
desktop e 18% em mobile, reflexo do home office e mostram
que as palestras foram acompanhadas em um espaço fixo e não em
acesso em trânsito;
. 1 mil participantes
simultâneos, em alguns dos painéis;
. Mais de 400 inscritos
na Jornada do Conhecimento, espaço de troca de experiências
criado nesta Conseguro on-line. Temas abertos até o dia 22 de
outubro;
. 229 participantes no
Café Mundial e Aquário, espaço para discussão do Futuro do
Trabalho;
. 732
participantes das atividades
de Yoga;
. 1,5 mil inscritos
assistiram ao Quiz;
. Mais de 14 mil
acessos às atividades.
· Comparativo
– Conseguro 2021 e 2019
. Formato
em 2021: on-line/ 2019: presencial
. Inscritos
em 2021: 6 mil/ 2019: 800
. Duração do evento
em 2021: 5 dias / 2019: 2 dias
. Palestrantes
em 2021: 113 / 2019: 66
. Total de horas de
programação em 2021: 40h / 2019: 16h