O total de beneficiários de
planos médico-hospitalares teve uma ligeira alta de 0,1% entre
abril deste ano e o mesmo mês do ano passado. O que representa 34,7
mil novos vínculos firmados no período. Os números irão integrar a
Nota de Acompanhamento dos Beneficiários (NAB), do Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que será divulgada na próxima
semana.
"Apesar de os dados indicarem um
ligeiro aumento do total de beneficiários nos 12 meses encerrados
em abril, em linha com os resultados do setor, é preciso analisar
esses números com muita cautela", alerta Luiz Augusto Carneiro,
superintendente executivo do IESS. Além de o avanço ser bastante
tímido, praticamente se mantendo estável em relação ao período
anterior, o executivo destaca que é comum que a Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) revise os números de beneficiários para
baixo com o passar do tempo. "Nos últimos meses, temos acompanhado
um movimento que parece um ensaio para a recuperação do setor.
Contudo, é possível que esses dados ainda sejam atualizados e, na
realidade, não tenha acontecido qualquer aumento no total de
beneficiários", explica.
Carneiro afirma que, no momento, o
setor precisa se manter atento aos indicadores de emprego e
desemprego. Especialmente aos trabalhos com carteira assinada nos
setores de comércio, serviços e indústria dos grandes centros
urbanos. Setores que, historicamente, costumam oferecer o benefício
de plano de saúde aos seus colaboradores, especialmente como uma
política de atração e retenção de talentos. Para se ter uma ideia
da importância da geração de empregos formais para a recuperação do
mercado de saúde suplementar, basta ver que o crescimento
registrado nos 12 meses encerrados em abril se deve,
exclusivamente, a contratação de planos empresariais.
"Infelizmente, os dados de emprego e desemprego no Brasil têm
apresentado melhora com base, principalmente, no total da população
empregada em trabalhos informais, o que não costuma refletir
positivamente no setor de saúde suplementar", analisa.
Mesmo o plano de saúde sendo o
terceiro bem mais desejado pela população, atrás apenas da casa
própria e educação, como mostra pesquisa recente do Ibope, os
empregos informais não dão segurança suficiente para as famílias
voltarem a assumir o compromisso financeiro de um plano de saúde.
Assim, ainda que haja um reaquecimento da economia, o setor de
saúde suplementar permanece praticamente no mesmo ritmo que estava.
Para solucionar essa questão e possibilitar que mais pessoas
realizem o sonho de contar com um plano de saúde, o IESS defende a
adoção de novos produtos como os planos populares e, especialmente,
planos com franquia e coparticipação.
Os dados de beneficiários de cada
Estado e outras informações relacionadas à contratação de planos de
saúde serão publicados na 23° edição da NAB, na semana do dia 11 de
junho. Acompanhe em www.iess.org.br.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade
sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos
sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos
que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução
de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para
enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para
aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício
de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os
cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde
suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção
de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que
levem à sustentabilidade da saúde suplementar.