O mercado de seguros está em constante
mudança. Vários estudos apontam a mudança do comportamento do
consumidor com a utilização da internet em todos os setores, e o
ramo de automóvel é um deles. É por isso que o corretor de seguros
deve estar atualizado sobre outros setores que também mostram
desenvolvimento, como o seguro de crédito, por exemplo.
Mesmo com um faturamento de R$ 300
milhões em prêmios, apenas 10 corretoras no Brasil atuam nestes
ramos. A falta de interesse por parte dos corretores de seguros a
outros ramos, principalmente em relação ao seguro de crédito, tem
vários fatores. “Alguns corretores não conhecem o produto, mas não
é um produto complexo, talvez a forma como é comunicado passe essa
percepção de ser difícil de vender. Temos dois tipos de clientes
para o seguro de crédito, aquele que encara como pagamento de
sinistro e outro entendendo que maximiza e melhora a análise de
crédito, com o benefício de ter uma indenização paga”, comenta
Rodrigo Jimenez, CEO da Euler Hermes no Brasil.
Além disso, o executivo reforça que há
outros fatos que impedem a aproximação do corretor de seguros, como
o processo de venda, a falta de orientação para os corretores. “E
aqueles que dominam foram oriundos ou trabalharam com seguro de
crédito no passado e se especializaram, por isso criamos uma área
dentro da companhia para trabalhar com aquele que não é
especializado, mas que tem relação com o segurado, conhece suas
necessidades e agora possui um profissional da Euler para
auxiliá-lo no processo de venda”.
No ano de 2016, a maior produção de
novas apólices veio desta nova rede de produção e a tendência é
aumentar, segundo Jimenez. “Mas ainda é muito concentrado. Estamos
falando de prêmios grandes e comissão em termo de montante também.
Porém ainda existe aquela velha discussão de vender mais seguro de
vida, mais saúde, pois o ciclo de venda do seguro de crédito é
longo e isso influencia a falta de interesse. Estamos fazendo de
tudo para reduzir esse tempo e precisamos comunicar melhor o setor
para catequizar os corretores”.
Há hoje no mercado 900 a mil apólices,
“o que é pouco para o potencial e daí vem o interesse do grupo no
Brasil e de desenvolver esse mercado, que deveria ser no mínimo
igual ao garantia, com no mínimo R$ 2 bilhões, meramente pelas
empresas que teriam potencial de contratar o seguro de
crédito”.
E completa que, “com a crise que
passamos vimos o aumento da procura, no ano passado a atividade
comercial foi intensa, mas com pouco fechamento, porque as empresas
não tinham caixa para contratar, mas começamos esse ano
praticamente com o mesmo número de contratações do ano passado,
porque foram empresas que se planejaram com prospecções do ano
passado”.
Para ele, o movimento de crise também
é bom para aumentar o conhecimento do produto seguro de crédito. “A
sinistralidade opera com uma taxa entre 50% e 60% como sendo boa,
mas durante a crise bateu em 150%, em 2016. No ano passado voltou a
patamares de 20% e 30%, muito por reservas que tinham sido no
passado que foram revertidas”, finaliza o CEO.