“Consumidor desinformado é um consumidor insatisfeito”,
afirma a presidente da FenaSaúde, durante o 20º Congresso
Brasileiro dos Corretores de Seguros.
‘O Setor de Seguros na Era Digital’ foi o tema do 20º Congresso
Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado nos dias 12, 13 e
14 de outubro, em Goiânia (GO). Organizado pela Fenacor (Federação
Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de
Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de
Seguros e de Resseguros), o evento reuniu milhares de pessoas,
entre corretores, seguradores e outros profissionais do
mercado.
Simultaneamente, foi realizado o 4º Congresso Brasileiro de
Saúde Suplementar, que contou com a presidente da FenaSaúde
(Federação Nacional de Saúde Suplementar), Solange Beatriz Palheiro
Mendes, no painel que discutiu ‘Seguro Saúde: realidade e
perspectivas’. A executiva defendeu que não pode haver falta de
informação no momento da contratação do seguro saúde, seja
presencial ou online. “A transparência deve ser paradigma para a
comercialização de planos de saúde, uma vez que a ausência de
informações claras dificulta a compreensão do beneficiário sobre o
que ele está contratando e, consequentemente, aumenta a
judicialização do setor”, explica a executiva.
De acordo com Solange Beatriz, apesar dos avanços tecnológicos,
o papel do corretor é fundamental para a realização de uma boa
compra: “Consumidor desinformado é um consumidor insatisfeito. É
com o corretor que se inicia toda a cadeia de produção dos serviços
de seguros, inclusive do seguro saúde, por isso esse profissional
deve se manter atualizado para fornecer ao futuro segurado todas as
informações prévias à assinatura do contrato”.
Na avaliação da presidente da FenaSaúde, o consumidor precisa
estar engajado e fazer parte da tomada de decisão sobre os cuidados
com a sua saúde e citou como exemplo o movimento 'Choosing Wisely -
5 Perguntas para se fazer ao seu médico antes de um tratamento ou
procedimento'. Com o objetivo de reduzir desperdício no sistema de
saúde e promover a segurança do paciente, a American Board of
Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation) lançou em 2012 a
campanha Choosing Wisely, que em português significa “escolhendo
sabiamente”. A ideia é avaliar o que é necessário ou não para
proporcionar um cuidado mais seguro e eficaz.
Otimismo - Segundo a presidente da FenaSaúde, nos últimos dois
anos a Saúde Suplementar perdeu cerca de dois milhões e meio de
beneficiários em decorrência da crise econômica que atingiu o país.
Ainda assim, Solange Beatriz ressalta que em sintonia com os sinais
de recuperação da atividade econômica, diminui o ritmo de queda no
número de beneficiários de planos de assistência médica. “Nos
últimos dois meses, o número de adesões superou o de cancelamentos
e 125 mil novos vínculos foram criados neste tipo de segmentação
assistencial. A dinâmica do mercado de trabalho é um dos principais
impulsionadores do setor de saúde suplementar, situação que tem
sido reafirmada, diante da geração de postos de trabalho e redução
da taxa de desocupação”.
A presidente da FenaSaúde também chamou a atenção para o
crescimento do numero de beneficiários de planos exclusivamente
odontológicos, onde o saldo é positivo – em todos os meses desde
julho de 2016, totalizando 22,6 milhões de beneficiários (32,3% do
total), em julho de 2017, com expansão de 7,6% na comparação com o
mesmo período do ano anterior. “Trata-se da maior taxa de variação
registrada desde março de 2013. Esse crescimento pode ser atribuído
a uma crescente demanda da população com necessidades
odontológicas, frente às dificuldades de acesso aos serviços
público e também a confiança no produto oferecido pela saúde
suplementar”, afirmou.
O painel de debate também contou com as presenças de Amilcar
Viana, diretor de Seguros Saúde e de Planos de Saúde Suplementar da
Fenacor; Rodrigo de Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial
(Dides) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Manoel
Peres, presidente da Bradesco Saúde; e Gabriel Portella, presidente
executivo da SulAmérica.