A Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) dá início nesta terça-feira (27) a uma
consulta pública para atualização do Rol de Procedimentos e Eventos
em Saúde. Isso significa que, a partir da contribuição pública,
poderão ser incluídos novos procedimento na lista daqueles que
devem ter cobertura obrigatória por parte dos planos de
saúde.
A proposta estabelece a incorporação de 15 novos procedimentos e
inclusão de seis novos medicamentos orais contra vários tipos de
câncer. O novo rol entrará em vigor em janeiro de 2018.
As contribuições podem ser enviadas pelo site
da agência até 26 de julho. Entre os procedimentos previstos na
consulta pública estão a cirurgia laparoscópica para tratamento de
câncer de ovário e para desobstrução das tubas uterinas; terapia
imunoprofilática contra o vírus sincicial respiratório em crianças;
radiação para tratamento de ceratocone, no campo oftalmológico;
medicamento imunobiológico para tratamento de esclerose múltipla,
entre outros.
A atualização dos procedimentos, segundo a ANS,
tem como objetivo garantir o acesso dos pacientes ao diagnóstico,
tratamento e acompanhamento das doenças por meio de técnicas que
permitam melhores resultados em saúde, de acordo com critérios
científicos de segurança e eficiência comprovados.
A diretora de Normas e Habilitação de Produtos
da ANS, Karla Coelho, informou que a agência realiza a cada dois
anos um processo de revisão e de consulta pública referente ao
rol.
No período de novembro de 2016 a março deste ano, foram feitas mais
de 15 reuniões com especialistas do setor, médicos, órgãos de
defesa do consumidor, profissionais de saúde, representantes de
pacientes e das operadoras para discutir quais seriam as principais
demandas desse setor de saúde para incorporação no rol de saúde
suplementar.
A esse grupo, foi disponibilizado um formulário com as principais
características para se fazer uma avaliação de tecnologias.
A diretora informou que foram encaminhadas 171
solicitações via formulário eletrônico , o que representa
incremento de 500% em relação ao número de pedidos de alteração
discutidas na revisão do rol de 2016.
“Essas solicitações são avaliadas de acordo com a questão da
segurança, eficácia, acurácia desses novos procedimentos e
tecnologia. Se são baseados em evidência científica, para que sejam
seguros para a população, e também os custos envolvidos e o que
representa isso para a sustentabilidade do setor”, disse Karla. A
partir daí, foram elencadas as principais demandas.
Finalizado o prazo da
consulta pública, a ANS vai avaliar todas as sugestões da
população. Depois, o rol é submetido novamente à diretoria
colegiada da ANS que publica o documento para que as operadoras
tenham um período de adaptação às novas regras, inclusive para
contratação.