De acordo com o presidente da
Associação Paulista dos Técnicos de Seguros (APTS), Osmar
Bertacini, 118 pessoas morrem em acidentes de trânsito – o
equivalente a um Boeing 737 cheio – e 700 mil sofrem acidentes no
trabalho a cada dia no país. Entretanto, apenas 10% dos 206 milhões
de brasileiros possuem seguro de Vida e Acidentes Pessoais.
O executivo, que completou este mês 55
anos de atuação no mercado de seguros, foi convidado especial para
o Workshop VIP do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ)
realizado nesta quinta-feira, 22 de junho. Em sua palestra sobre o
segmento, ele apontou alguns aspectos que considera essenciais para
que o potencial dos seguros de Pessoas passe a ser melhor
aproveitado.
O primeiro é uma boa subscrição.
“Hoje, não há o rigor necessário ao realizar essa etapa. É preciso
olhar para a demanda no momento da subscrição de riscos e da
precificação, e não para a sua própria carteira. Uma mudança nesse
sentido tornaria a liquidação de sinistros muito mais tranquila”,
explicou Bertacini. Ele destacou a importância de se solicitar
documentos como a Declaração Pessoal de Saúde (DPS) para evitar
ruídos e garantir agilidade quando a indenização for
solicitada.
Além disso, o executivo citou a falta
de campanhas de aculturamento da população sobre o seguro de cunho
institucional. “Os jovens, que serão os futuros segurados, só têm
contato com a propaganda de cada seguradora”, disse, contando que o
Sincor-SP está à frente de um projeto para conscientizar a
juventude das escolas públicas de São Paulo sobre a importância de
se proteger, que será colocado em prática a partir de agosto.
“Mas o corretor também precisa
participar desse processo. Muitas vezes, ele tem um segurado fiel,
que renova todo ano a sua proteção de Auto, mas não oferece um
seguro de Vida”, exemplificou.
Além da diversificação da carteira, o
presidente da APTS recomenda que os corretores busquem sempre se
atualizar sobre as normas da Susep e as tendências do ramo, que é
bastante complexo. “Há diversas modalidades que não podem ser
esquecidas no dia a dia: o Vida temporário, o prestamista, os
seguros de Vida previstos em convenções salariais, os feitos por
capital global, o seguro obrigatório para estagiários e, é claro, o
DPVAT – um direito que grande parcela da população desconhece”,
listou.
Outra dica é se aprofundar mais na
hora de vender o produto. “Se um cirurgião plástico que trabalha
principalmente com o dedo indicador e o polegar perde um deles, em
uma apólice tradicional, ganha indenização equivalente a 15% da
garantia segurada. Mas, sem aquele dedo, ele não pode mais
trabalhar. Por isso, o seguro deve levar esse fator em conta. Mas
só sabemos disso se perguntamos sobre a profissão do nosso
segurado”, orientou, garantindo que a diferença no valor do prêmio
é pequena, enquanto a indenização cresce consideravelmente.
Bertacini ainda frisou que o setor de
seguros precisa mostrar mais à sociedade quanto devolve em
indenizações a cada ano. “Foram R$ 7 bilhões pagos somente em Vida
em 2015, e R$ 207 bilhões pelo mercado em geral”, informou. Ele
alertou, por fim, a necessidade de atualização da legislação do
segmento e de maior vigor na punição às tentativas de fraudes, que
desequilibram o segmento.
Expertise reconhecida – Diversos
profissionais presentes no evento fizeram questão de agradecer pela
palestra e exaltar a excelência de Osmar Bertacini em sua atuação
no mercado segurador e como professor da Escola Nacional de
Seguros. Entre eles, o presidente do Conselho Consultivo do CVG-RJ,
Olívio Américo da Silva, e seu sócio, Gilberto Villela, que
parabenizou o Clube pela realização do workshop; Octávio Perissé,
conselheiro do CVG-RJ, e os representantes da diretoria – Carlos
Ivo Gonçalves, vice-presidente, e Marcello Hollanda,
presidente.
De acordo com ele, “foi um honra
receber na sede do CVG-RJ um profissional referência nos segmentos
de Vida e Acidentes Pessoais como Osmar Bertacini, que brindou os
presentes com uma palestra esclarecedora, rica em informações
técnicas sobre esses seguros tão complexos e importantes para a
sociedade”. Ele também agradeceu a presença do vice-presidente da
Aconseg-RJ, Joffre Nolasco, dos conselheiros Ênio Miraglia e Olívio
Américo, e das representantes do Clube dos Corretores de Seguros do
Rio de Janeiro (CCS-RJ), Sonia Marra e Marcia Simplicio.