Não é segredo que a reforma da
previdência tem interesse direto para os segmentos representados
pela FenaPrevi
(Seguros de Pessoas e Previdência Privada Aberta) porque
tem implicação na definição do potencial do crescimento do setor e
também de seu perímetro de atuação. Mas não é só isso. Para Edson,
Franco, presidente da FenaPrevi, é preso ter em
conta que a reforma da Previdência Social representa um pilar
fundamental para o desenvolvimento de todos os setores da economia,
já que o consenso é de que o País não retomará um regime fiscal
responsável sem resolver a questão da previdência pública. E sem um
regime fiscal responsável, o País não criará um ambiente de
negócios favorável, não poderá rever sua política monet& aacute;ria
atual nem alcançar a esperada retomada do crescimento
econômico.
Em 2016, nos primeiros onze meses do
ano, os aportes na previdência privada acumularam R$ 98,17 bilhões,
apresentando uma evolução de 19,14% frente ao mesmo período do ano
passado, quando somaram R$ 82,40 bilhões. A captação líquida
apresentou um saldo positivo de R$ 49,46 bilhões, representando
crescimento de 22,94%, em comparação aos R$ 40,23 bilhões
registrados de janeiro a novembro de 2015.
Os planos individuais foram os que
mais receberam recursos no período. No total, foram aportados R$
85,69 bilhões. Do volume de aportes a planos individuais, R$ 1,75
bilhão foi destinado a planos para menores. Os recursos destinados
a planos empresariais, por sua vez, totalizaram R$ 12,49 bilhões em
contribuições de janeiro a novembro de 2016. Na análise por
modalidade de plano, o VGBL recebeu aportes de R$ 90,33 bilhões no
período. O PGBL registrou contribuições de R$ 7,08 bilhões. Os
planos tradicionais de acumulação registraram R$ 764,01
milhões.
Os aportes a planos abertos de caráter
previdenciário (que incluem os PGBLs e os VGBLs) acumularam R$
11,26 bilhões no mês de novembro, apresentando uma evolução de
26,06% frente ao mesmo mês do ano anterior, quando somaram R$ 8,93
bilhões. A captação líquida (diferença entre o valor dos aportes e
dos resgates) apresentou um saldo positivo de R$ 6,52 bilhões,
representando crescimento de 35,85% em comparação àquela de R$ 4,80
bilhões registrada no décimo primeiro mês do ano anterior, de
acordo com dados do balanço da FenaPrevi.
Franco defende a necessidade de dar
transparência ao debate até porque, segundo ele, há uma grande
desinformação sobre a reforma da previdência pública. “A reforma da
Previdência Social é fundamental e tem de ser feita. O crescimento
exponencial dos gastos com benefícios pode dobrar até 2050”,
aponta.
O dirigente afirma que a discussão é
oportuna e a necessidade de dar transparência a este debate,
urgente. Ainda mais em uma sociedade em que há uma grande
desinformação sobre a reforma da previdência pública. A FenaPrevi
defende uma reforma baseada na abordagem do Banco Mundial dividido,
em 4 Pilares:
Pilar 1: Renda
Básica do Idoso (RBI) – benefício não contributivo, de caráter
universal. Será um direito do cidadão, independentemente de ter ou
não contribuído para o sistema de aposentaria. Único requisito
exigido: atingir a idade mínima (65 anos, para homens e
mulheres).
Pilar 2: Benefício
Contributivo por Repartição (BCR). Financiado por contribuições
menores que as atuais. Somado aos BCR, ambos garantem reposição de
100% da renda aos que tenham contribuído durante 40 anos (mulheres,
35 anos de contribuição, mesma idade mínima de aposentadoria).
Pilar 3: Benefício
Contributivo por Capitalização (BCC). Pilar construído com a fusão
do FGTS com o Seguro Desemprego. Cada indivíduo terá uma única
conta vinculada, na qual deverá acumular montante suficiente para o
Seguro-Desemprego. Atingido o montante mínimo, os valores
excedentes não podem ser sacados, mas podem ser aplicados em fundos
de aposentadoria de livre escolha, ou deixados rendendo na conta
vinculada.
Pilar
4: Benefício Contributivo Voluntário por
Capitalização (BCVC). De livre escolha e não compulsório.