O setor de seguros acompanha,
sempre de forma mais dinâmica, as demandas da sociedade
contemporânea. Um exemplo disso é o lançamento do Código de Defesa
do Consumidor, ao qual o setor de seguros foi o primeiro a
manifestar apoio. No tocante à sustentabilidade, o Brasil foi um
dos primeiros a aderir aos Princípios para Sustentabilidade em
Seguros, estabelecidos pela UNEP-FI, da ONU. Nos últimos anos o
setor tem vivido um movimento de fusões e aquisições e o próprio
modelo tradicional de comercialização de seguros está mudando. Por
conta da atual conjuntura, a confederação e as empresas que atuam
no mercado de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde
Suplementar e Capitalização têm desenvolvido produtos diferenciados
para estimular a economia, como o Seguro Auto Popular. Momentos de
crise favorecem a inovação e exigem mais agilidade e dinamismo por
parte das empresas. O que é bom, em última instância, para o
consumidor.
A inovação, do ponto de vista do
setor, deve ser a base da relação entre seguradoras e clientes, nos
diferentes níveis em que ela ocorre. As empresas seguradoras vêm
desenvolvendo muitas ferramentas de auxilio nos trâmites
processuais e na redução da burocracia no acesso às informações,
por exemplo.
Dentro do mercado
segurador, quais os setores, segmentos, produtos ou processos que
mais podem se beneficiar da inovação? Por quê?
Beatriz Palheiro
Mendes: Vejo um grande potencial de inovação no processo de
subscrição de riscos, em função da utilização de ferramentas de Big
Data. Certamente tudo que se refere à relação com o cliente também
se beneficiará com a utilização crescente das redes sociais. Em
termos de produto, toda a evolução tecnológica que está por vir
mudará substancialmente as necessidades dos clientes, o que
demandará a criação de novos produtos: carros sem motorista;
aparelhos que medem, arquivam e analisam informações como pressão
sanguínea, batimentos cardíacos, qualidade do sono; os riscos
cibernéticos e outros que sequer conhecemos ainda.
Em um exercício de
futurologia, se pudéssemos comparar a estrutura e o funcionamento
do mercado segurador atual com o de trinta anos à frente, na sua
opinião, quais seriam as principais diferenças?
Beatriz Palheiro
Mendes: Para facilitar este exercício sugiro analisarmos o
processo de comercialização do seguro. Teríamos na distribuição um
percentual muito grande de comercialização, relacionamento on-line
e a utilização da “internet das coisas” como forma de precificação.
O que não significa que o corretor de seguros perderá sua
importância. Pelo contrário, em momentos de fragilidade do
consumidor, quando ele precisa exercer escolhas difíceis, face à
sua questão orçamentária, a consultoria do corretor de seguros
torna-se cada vez mais importante. No processo de regulação de
sinistros teríamos a utilização da digitalização no registro, sendo
o usuário o único provedor das imagens e informações. Já as mídias
sociais seriam utilizadas como plataforma de análise de risco, bem
como consultas remotas em Saúde.
Esta será a 6ª edição do
Prêmio. Ao longo desse período, é possível identificar alguma
influência dessa iniciativa da CNseg em relação à valorização do
tema inovação no mercado segurador?
Beatriz Palheiro
Mendes: Acredito que o movimento que a CNseg desperta com o
Prêmio seja uma grande influência para que as empresas busquem
excelência no oferecimento de produtos e serviços diferenciados a
seus clientes. Apesar de estarmos vivendo em um momento difícil, as
oportunidades se abrem muito mais nessa situação e isso traz muitos
desafios para o mercado. Um deles é o estímulo à inovação e a
criatividade, especialmente porque há uma exigência de agilidade
por parte do consumidor. O mercado de seguros corresponde a essa
demanda e tem investido em tecnologia de ponta, em organização e
capacitação de profissionais. Particularmente, posso afirmar que o
setor está comprometido com a inovação no seu dia a dia.
Quais são as novidades para
a edição 2016?
Beatriz Palheiro
Mendes: Procuramos manter as características das últimas cinco
edições – que alcançaram a marca de mais de 220 projetos inscritos
-, com ajustes pontuais e o foco na captação de inscritos e no
maior envolvimento das empresas, principalmente junto às áreas que
consideramos estratégicas para o engajamento dos colaboradores com
a iniciativa do Prêmio. É importante que esses profissionais
enxerguem o Prêmio não só como um estímulo ao empreendedorismo e ao
desenvolvimento de carreira, mas como algo que agrega valor ao
negócio.
Uma das novidades é o direito
de uso do selo do Prêmio às empresas vencedoras (1º, 2º e 3º
lugares), pelo período de um ano, para que a utilizem em materiais
gráficos e na sua identidade corporativa. Acreditamos que isso gere
ainda mais valor às marcas. E, em termos de volume de projetos, a
CNseg está empenhada em dobrar o número de inscritos em relação a
2015.
O Prêmio da CNseg visa
incentivar a inovação no mercado Segurador. Outro projeto da CNseg
é o de incentivo à Educação em Seguro. De que forma esses dois
projetos se relacionam?
Beatriz Palheiro
Mendes: Eles têm muitos pontos de convergência: a começar pelo
fato de que o projeto de Educação em Seguros, promovido pela CNseg,
acontece por meio de canais totalmente novos e diferenciados para a
confederação, como as mídias sociais. A intenção é dar abordagem
leve e descontraída, com atenção a um conteúdo mais direto, que
desmitifique o seguro e o torne ainda mais popular. A CNseg tem
essa missão no seu DNA e é importante a conscientização do
planejamento financeiro nas famílias brasileiras. Dentro do
processo de planejamento e Educação em Seguros, a cultura da
proteção e da garantia dos bens conquistados deve ser incutida na
vida das pessoas. O seguro é o instrumento que viabiliza essa
proteção.
Por outro lado o Prêmio
Inovação em Seguros tem proporcionado que os colaboradores das
empresas desenvolvam diferentes projetos que estimulam a Educação
em Seguros junto à população. O valor do Prêmio é que os projetos
apresentados tangibilizam esse dia a dia. É inovação, mas
prestigiando a questão prática da vida das pessoas também.