Se por um lado há alguns setores da
economia que reclamam da crise, por outro, há quem comemore com o
cenário, aparentemente, desfavorável. Um exemplo é o mercado de
seguro privado que, em meio ao pessimismo, cresce em Manaus.
De acordo com o Sincor AM/RR, o
mercado local apresenta crescimento acima dos 15% neste ano,
influenciado, principalmente, pelos seguros de saúde, de pessoas,
contra acidente e os de automóveis. Segundo o presidente do Sincor
AM/RR, Jair Fernandes, a demanda continua alta também para o
tradicional seguro de vida e de residências.
Além dos indivíduos, as empresas
têm buscado mais o setor de seguros também. Conforme Fernandes, a
procura maior é uma forma de se prevenir sobre possíveis mudanças
no cenário atual de crise econômica.
Segundo ele, empresas do Polo
Industrial de Manaus (PIM) fazem seguro contra possíveis falências
ou erro de estratégias do mercado. “Registramos crescimento acima
dos 15% no setor de seguro privado. Há mais de 20 seguradoras
instaladas somente em Manaus. Só no ramo de automóveis, o setor de
seguro pagou indenizações de R$ 75 milhões aos segurados, em 2014″,
contou Jair.
Para o presidente do Sincor AM/RR,
a tendência é a cultura de o seguro crescer mais no Estado. “Quando
as pessoas compram ou constroem uma residência, só pensam na
pintura, no acabamento e nos utensílios, mas não veem que o seguro
é muito importante caso haja alguma catástrofe, como um incêndio ou
um vendaval que pode destruir tudo”, avaliou o representante. Já o
vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
(Fieam), Nelson Azevedo, explica que não é normal as empresas
buscarem o mercado de seguro privado contra a crise. Porém, ele não
descarta a possibilidade.
“Todas as empresas do PIM têm os
seus seguros para garantir a segurança dos seus funcionários contra
a invalidez, por exemplo, entre outros. Existem também seguros
contra catástrofes, incêndios, instalações elétricas, roubo e até
de estoque de mercadorias”, revela Azevedo. Para o corretor de
seguros, Ernesto Vasconcelos, da Arte Real Corretora de Seguros, o
setor não tem sofrido com o impacto da crise econômica do país.
Porém, ele destaca que os vendedores buscam formas variadas para
conquistar os clientes, uma vez que estes veem o seguro privado
apenas como um gasto não como uma forma de investimento para se
resguardar contra possíveis danos ou prejuízos.
“As empresas buscam o mercado de
seguros com receio do chamado risco de decisão, que podem resultar
em decisões erradas que comprometam o patrimônio das empresas”,
afirmou Ernesto. De acordo com o diretor da empresa Provisa, Janari
Rodrigues, o setor tem trabalhado com mudanças em Manaus,
principalmente em virtude do grande número de demissões que as
empresas do Polo Industrial têm apresentado. “O setor industrial
está demitindo, mas estamos trabalhando para que essa crise não se
agrave. O mercado de seguros trabalha por demanda. Mas é um momento
difícil em que precisamos está de mãos dadas com os nossos
clientes”, garantiu o especialista.