Desaceleração da economia
brasileira não desanima especialistas, que mantêm aposta na
expansão das coberturas de proteção a cargas este ano, para até R$
2,8 bilhões
Apesar do cenário nebuloso na
economia, há seguradoras e corretoras de seguros apostando em um
bom desempenho dos produtos de transportes de mercadorias no
desenrolar do ano, carteira fortemente influenciada pelo nível da
produção industrial, como também pelo fluxo das exportações e
importações brasileiras. Os otimistas trabalham com a expectativa
de crescimento da receita em 2015 em contraponto à contração de
3,7% observada no ano passado, aos R$ 2,4 bilhões, como revelam os
números da Superintendência de Seguros Privados (Susep) até
novembro, que apontam faturamento média mensal de R$ 221
milhões.
Além da previsão de expansão da
receita na área de transportes, há projeções ainda indicando uma
redução da sinistralidade no decorrer do ano. Em 2014, o índice de
sinistralidade cravou 69%, sete pontos percentuais acima da taxa de
2013. “O mercado está otimista. Esperamos um crescimento na
arrecadação em torno de 6% a 8%. Quanto aos índices de sinistros,
trabalhamos com viés de queda de até 10%”, afirma o consultor
Gilberto Reina, da AD Corretora de Seguros. Se confirmada as
estimativas de Reina, o segmento fecha o ano faturando algo em
torno de R$ 2,7 bilhões a R$ 2,8 bilhões. Quanto aos sinistros
ocorridos, a estimativa é que fiquem pouco acima de R$ 1,8
bilhão.
A Argo, do grupo de mesmo nome
nascido nos Estados Unidos, é uma das seguradoras que também joga
suas fichas no avanço dos seguros de transportes de mercadorias no
Brasil. Não à toa, em três anos a companhia mais do que dobrou sua
participação de mercado nesse segmento, que hoje, já representa 50%
do seu faturamento total. Manifesta boas perspectivas para 2015,
cuja meta é crescer 20%. Para isso, conta também com a alta
capacidade de resseguros da corporação na subscrição de riscos.
“A área de seguros de transportes
requer muita especialização e a Argo Seguros percebeu que o grande
diferencial é estar ao lado de segurados. Vamos conseguir fechar o
ano de 2014 perto de R$ 70 milhões em prêmios emitidos, o que
representa o sucesso do nosso modelo de negócios para o segmento”,
ressalta o diretor de Transportes da empresa, Salvatore Junior.
Adesão facilitada
Hoje, Salvatore adianta que a
seguradora possui uma área totalmente dedicada aos serviços de
transporte, com apólices subscritas para atender as necessidades de
cada cliente, no que tange as suas operações logísticas, oferecendo
ainda um sistema 100% automatizado para todos os seus clientes. “A
meta é ter uma contratação descomplicada, com fácil adesão e
cobertura imediata”, diz o executivo.
O consultor Gilberto Reina, da
corretora AD, observa ainda, por sua vez, que as melhores
oportunidades na área estão nos seguros para embarcadores e
transportadores, no mercado nacional. Já no seguro de transporte
internacional, o cenário é mais favorável para as empresas que
passaram a importar matéria prima e exportar produtos acabados.
Salvatore Junior acrescenta que a Argo possui uma estrutura própria
de gerenciamento de risco “altamente qualificada”, e ainda
subscritores de riscos seniores que estão prontos para atender
justamente os corretores de seguros e seus segurados. Significa que
a seguradora estará presente onde as oportunidades de negócios se
apresentam.
Segundo Gilberto Reina, o potencial
de crescimento da carteira de seguros de transportes “é enorme”,
por outros dois motivos. O primeiro deles, por possuir um seguro
obrigatório por lei (o de responsabilidade civil do transportador
de carga – RCTR-C). O segundo fator ele atribui ao crescimento de
centros de distribuição e operações logísticas no Brasil.