Entenda o que é o procedimento e os benefícios
para o tratamento de doenças benignas e malignas
Procedimento terapêutico capaz de reverter o
prognóstico de pacientes com doenças benignas e malignas
(cânceres), como linfomas, leucemias, tumores sólidos e, até mesmo,
doenças autoimunes, o transplante de medula óssea (TMO) consiste na
“aspiração” de células-tronco hematopoieticas da medula óssea que
são transferidas do tecido (medula) como um todo ou de células
selecionadas do próprio paciente ou de doador compatível,
aparentado ou não.
Segundo a Sociedade Brasileira de Transplante de
Medula Óssea (SBTMO), apesar dos benefícios o TMO ainda é
considerado um desafio no campo dos transplantes na busca por
doadores compatíveis e também na forma de lidar com mitos
existentes em torno da doação de medula óssea. “As pessoas imaginam
que a medula está na coluna vertebral. Muitos indivíduos têm medo
quando se fala em doação de medula óssea”, relata a presidente da
Sociedade, Lúcia Silla.
A
médica hematologista e transplantadora esclarece que a medula óssea
fica dentro dos ossos e é conhecida popularmente como tutano. Já a
medula espinhal é o tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da
coluna vertebral e parte do sistema nervoso central. A medula óssea
é um tecido semilíquido, na qual são produzidas as hemácias
(glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as
plaquetas, componentes do sangue. Ela é mais abundante em ossos
como a bacia e a tíbia.
Tipos de TMO e doenças que se beneficiam do
tratamento
Hoje o transplante pode ser feito de três formas:
autogênico (autólogo), quando a medula ou as células são do próprio
transplantado; alogênico, utiliza a medula óssea ou célula-tronco
de um doador para um paciente; e o singênico, em que o doador é um
irmão gêmeo.
Autogênico - é designado a alguns tipos de
doenças, principalmente as que não atingem a medula óssea ou em que
é possível se separar a célula doente da célula sadia. Nesse caso
se retira a medula, a armazena, e se trata o paciente com
quimioterapia ou radioterapia para eliminar a doença. Às vezes é
necessário também tratar a própria medula óssea que foi retirada
para separar as células malignas das células benignas.
Indicações: as indicações clássicas dos TMOs
autogênico são o mieloma múltiplo, os linfomas e tumores
sólidos.
Alogênico - possui duas modalidades: aparentado,
quando o doador é irmão ou parente próximo compatível com o
paciente; e não-aparentado, ou seja, voluntários sem vínculo
sanguíneo com o paciente, inscritos no Registro Brasileiro de
Doadores de Medula Óssea (REDOME) ou de Bancos de Sangue de Cordão
Umbilical e Placentário públicos (BSCUP).
Indicações: leucemias agudas, tanto a
linfoblástica (na qual as células precursoras dos linfócitos
tornam-se cancerosas e substituem rapidamente as células normais da
medula óssea), quanto a mieloblástica (na qual as células
precursoras dos granulócitos tornam-se cancerosas e, também,
rapidamente substituem as células normais na medula
óssea).
Técnicas de extração das células para o
TMO
Atualmente existem técnicas em que se pode
estimular as células e fazer com que elas saiam da medula óssea e
circulem no sangue periférico. A técnica é chamada de mobilização
celular e, por meio de uma “máquina” (aférese), pode-se colher o
material a partir do sangue periférico.
Outra fonte que vem sendo cada vez mais utilizada
é o sangue do cordão umbilical e placentário que é um material rico
em células tronco hematopoiéticas que pode ser coletado, armazenado
e utilizado para o transplante. Esta é uma das principais evoluções
do transplante de medula óssea alogênico.
Quem pode ser candidato a doação de medula
óssea?
Qualquer pessoa que tenha entre 18 e 54 anos de
idade pode ser um doador de medula óssea em potencial. Esse gesto,
que pode salvar muitas vidas, está em falta atualmente e a causa é
decorrente do desconhecimento do procedimento e da falta de
atualização dos cadastros em hemocentros.
Mais informações www.sbtmo.org.br