Ao custo de
R$ 8,2 mi, estruturas estarão equipadas com antídotos e poderão
mobilizar hospitais da capital
A
Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou um plano de contingência
para atendimento médico de vítimas em desastres durante eventos de
massa no Estado, incluindo a Copa do Mundo – que começa no dia 12
de junho. O investimento será de R$ 8,2 milhões.
Nos
dias de jogos na capital paulista, duas tendas infláveis a um
quilômetro do estádio Itaquerão poderão ser utilizadas como
hospitais de campanha. Contarão com equipes formadas por médicos e
enfermeiros, além de equipamentos, remédios e itens de
primeiros-socorros. Elas só serão armadas em caso de
necessidade.
Durante todos os dias da Copa do Mundo, os
médicos do GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e
Emergências) da Secretaria, além de estarem equipados com uma
mochila contendo materiais de atendimento pré-hospitalar, terão à
mão kits com diferentes tipos de antídotos para a desintoxicação
dos pacientes, para o caso de ataques ou acidentes com produtos
tóxicos ou mesmo no caso de emergências químicas e
bioterrorismo.
Para
facilitar o atendimento médico a turistas estrangeiros, a
Secretaria confeccionou um manual de palavras e termos médicos
traduzidos em 11 idiomas, com cinco mil exemplares, a serem usados
pelas equipes do GRAU e pelos hospitais definidos como referência
para o atendimento. Esse manual será utilizado como um “dicionário”
e inclui palavras como partes do corpo humano, doenças, sintomas,
diagnósticos e outras expressões.
Duas
barracas-chuveiro e 10 chuveiros infláveis irão garantir o processo
de descontaminação de eventuais vítimas de emergências químicas e
bioterrorismo, apoiando o Corpo de Bombeiros e as Forças Armadas.
Os chuveiros serão distribuídos a hospitais considerados
estratégicos, definidos pela Secretaria. Além disso, os hospitais
irão receber antídotos específicos, como para casos de
envenenamento por cianeto e até mesmo por armas químicas, como gás
sarin.
A
Secretaria também comprou botas, luvas, máscaras e roupas especiais
para emergências químicas e biológicas, tenda de pressão negativa e
macas para transporte de vítimas contaminadas, entre outros
materiais. Todos os hospitais sob gestão estadual da região
metropolitana entregaram à Secretaria seus respectivos Planos de
Contingência para atendimento de vítimas de desastres. A Fundação
Pró-Sangue, responsável pelo abastecimento de 128 hospitais na
Grande São Paulo, elaborou também um plano para gerenciamento de
atendimento a desastres e catástrofes.
Mobilização
Quinze hospitais, em princípio, serão
utilizados para encaminhamento de torcedores feridos no caso de
alguma contingência. Eles estão situados na zona leste de São Paulo
ou em cidades do entorno, como Guarulhos, Santo André,
Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos (veja lista
abaixo).
Outros 11 também poderão ser utilizados,
dependendo do número de acidentados, incluindo o Hospital das
Clínicas, a Santa Casa de São Paulo e o Hospital São Paulo, da
UNIFESP/SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da
Medicina). Em uma situação excepcional, com milhares de vítimas,
todos os hospitais da região metropolitana serão acionados. O
hospital mais próximo do estádio é o Santa Marcelina de
Itaquera.
O
plano de contingência contempla, ainda, um planejamento de fluxo de
solicitações e atendimento constituído entre o Aeroporto de
Guarulhos e Viracopos, Porto de Santos e a Secretaria da Saúde. Com
o estabelecimento deste fluxo, a pasta manterá canal direto com o
aeroporto, prestando orientações e enviando médicos e enfermeiros
para o local, se necessário.
Em
2013 a pasta organizou e realizou 13 treinamentos, teóricos e
práticos, nas áreas de atendimento a emergências químicas,
bioterrorismo, ações táticas, emergências nucleares e comando de
incidentes. No total, 120 médicos e enfermeiros foram
capacitados.