O segmento de saúde é tido como um
dos mais conservadores na adesão do uso das ferramentas de
tecnologia de informação. O contrassenso é que cada vez mais
médicos, de todos os cantos do planeta, utilizam a tecnologia para
terem diagnósticos mais precisos e realizarem procedimentos
cirúrgicos menos invasivos.
As preocupações com segurança são
os fatores que mais impedem a adoção da computação em nuvem na
maioria das indústrias, mas são amplificadas na área de saúde
devido à natureza sensível dos dados privados dos pacientes e às
multas que são sujeitas às organizações médicas e seus parceiros,
caso estas informações caiam em mãos erradas.
Entretanto, pesquisas recentes da
Frost & Sullivan, Imprivata e Porter Research mostram um cenário
diferente. A saúde confia cada vez mais em soluções baseadas em
nuvem e os três estudos sugerem que este avanço está apenas no
começo.
O que fazer com prontuários
eletrônicos e exames de imagens que têm tamanho da ordem de vários
gigabytes e que por legislação devem ser armazenadas por 5 ou 20
anos, dependendo do caso? Muitos CIOs optam por armazenar isso na
nuvem, evitando gastos em CAPEX de storage, racks, energia, bancos
de bateria, geradores, banda e pessoal capacitado para gerenciar
este ambiente.
Por outro lado, a pressão por parte
dos médicos em terem soluções que viabilizem o uso da
telemedicina,o acesso aos dados clínicos e a exames de imagem de
seus pacientes a qualquer horário, de qualquer lugar, com agilidade
e com qualquer tipo de equipamento (seja ele um notebook, um tablet
ou um smartphone) está cada vez mais latente.
O médico tem uma agenda lotada e
atende em diversas clínicas e hospitais de forma que seu tempo vale
ouro. Assim a mobilidade e acesso rápido a informação são
diferenciais extremamente valorizados.
A tecnologia cloud vem viabilizar
boa parte destas necessidades. Por exemplo, o fato de seus
servidores virtuais estarem hospedados em um datacenter carrier
neutral faz com que a experiência do usuário final seja melhor,
pois a probabilidade da conexão banda larga ou 3G do médico estar
em um provedor que tem banda dentro deste datacenter é muito
grande. Isso reduz a quantidade de redes por onde passa a
informação, resultando em menor latência e mais velocidade.
O maior problema que um médico que
quer otimizar seu tempo e laudar exames de imagem remotamente tem é
o tempo de espera de upload para a nuvem e o download dos arquivos
padrão DICOM que são muito pesados para seu equipamento. A
tecnologia cloud propicia soluções que equalizam este problema. Um
exemplo que tem sido utilizado cada vez mais por clínicas de
diagnóstico por imagem e hospitais nos EUA é a hospedagem das
aplicações e dados na nuvem e o acesso do aplicativo do
médico,feito por um desktop virtual (que está na mesma VLAN do
servidor). Isso faz com que a massa pesada de dados seja
rapidamente acessada e a visualização, por parte do médico, possa
ser feita de qualquer dispositivo através de um cliente RDP, o que
demanda pouca banda.
Olhando para todo este panorama que
está surgindo no horizonte, posso afirmar com toda a certeza que,
finalmente, a saúde foi para o céu.